As pequenas indústrias tem lidado com dificuldade de acesso ao crédito e a alta carga tributária, no que está resultando em complicação nas finanças nos últimos dez anos.
A conclusão foi divulgada após um balanço da pesquisa Panorama da Pequena Indústria entre 2013 e 2023, divulgada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).
Pequenas indústrias afetadas por falta de crédito
O levantamento analisou a situação financeira em 40 trimestres e em todos eles, os pequenos empresários industriais registraram dificuldade de acesso ao crédito. Sendo assim, o indicador ficou abaixo da média histórica em 21 trimestres para a pequena indústria de transformação e em 24 trimestres para a pequena indústria da construção.
Já em 2016, o índice de situação financeira atingiu o pior resultado da série com 29,5 pontos, sendo que na época a taxa Selic estava em 14,25% ao ano.
Por sua vez, em meados de 2020, o indicador atingiu o maior valor da série histórica, com 43,1 pontos. Além dos juros baixos, a criação de programas emergenciais para as micro e pequenas empresas favoreceram as finanças das indústrias que eram de menor porte.
Perspectivas para o cenário
O índice de Confiança do Empresário (ICEI), que mostra como ele percebe as condições atuais e quais são suas expectativas, registrou 51,2 pontos em janeiro de 2024. Portanto, o indicador está acima da linha divisória de 50 pontos, que separa confiança da falta de confiança.
Mesmo com o otimismo, ainda irá demorar algum tempo para que isso seja refletido na área de investimento e no emprego. Somente em janeiro de , o índice de Perspectivas da Pequena Indústria ficou em 49,4 pontos, um pouco abaixo da linha divisória de 50 pontos.
Apesar das dificuldades, as pequenas empresas tem se expandido. Conforme o levantamento, o total de micro e pequenas indústrias subiu de 433 mil para 459 mil. Esses negócios empregam mais de 3,4 milhões trabalhadores formais e pagam R$ 85 bilhões por ano em salários.