Em fevereiro de 2025, os preços da indústria recuaram 0,12% em relação a janeiro e afetaram o Índice de Preços ao Produtor (IPP), interrompendo uma sequência de 12 altas consecutivas. Das 24 atividades industriais analisadas, 12 registraram queda nos preços.
No acumulado do ano, a variação foi de 0,03%, e em 12 meses, 9,41%. No mesmo mês de 2024, o IPP havia subido 0,14%.
O IPP mede os preços dos produtos industriais “na porta de fábrica”, sem incluir impostos ou frete, abrangendo as indústrias extrativas e de transformação.
Índice de Preços ao Produtor

As maiores quedas de preços ocorreram em: indústrias extrativas (-3,39%), outros equipamentos de transporte (-2,76%), enquanto as maiores altas foram em outros produtos químicos (2,41%) e refino de petróleo e biocombustíveis (2,37%).
O refino foi o principal responsável pela variação agregada do mês, contribuindo com 0,24 ponto percentual (p.p.) para o índice geral. Outros setores de destaque foram alimentos (-0,21 p.p.), produtos químicos (0,19 p.p.) e indústrias extrativas (-0,16 p.p.).
No acumulado do ano, os destaques de variação foram: indústrias extrativas (-4,82%), outros produtos químicos (4,16%), refino de petróleo e biocombustíveis (3,89%) e papel e celulose (3,07%). As maiores influências no índice agregado vieram de alimentos (-0,44 p.p.), refino (0,39 p.p.), químicos (0,33 p.p.) e extrativas (-0,23 p.p.).
Na comparação com fevereiro de 2024, a variação acumulada em 12 meses foi de 9,41%. Esse resultado foi puxado principalmente por alimentos (3,39 p.p.), metalurgia (1,30 p.p.), produtos químicos (1,28 p.p.) e refino (1,00 p.p.). Os setores com maiores variações foram: metalurgia (21,56%), químicos (16,57%), fumo (15,45%) e equipamentos de transporte (14,02%).
Entre as grandes categorias econômicas, as variações em fevereiro foram: -0,76% em bens de capital, -0,09% em bens intermediários e -0,04% em bens de consumo. Dentro dos bens de consumo, os duráveis subiram 0,35%, enquanto os semiduráveis e não duráveis recuaram 0,11%. A principal influência veio dos bens de capital (-0,06 p.p.), seguidos por bens intermediários (-0,05 p.p.) e bens de consumo (-0,01 p.p.).
No acumulado do ano, bens de capital variaram -0,12%, intermediários -0,25% e consumo, 0,47% (com alta de 1,39% nos duráveis e 0,30% nos não duráveis). As influências foram: bens de consumo (0,17 p.p.), intermediários (-0,14 p.p.) e capital (-0,01 p.p.).
Em 12 meses, os preços subiram 7,29% em bens de capital, 8,79% em intermediários e 10,80% em bens de consumo (4,70% para duráveis e 12,05% para não duráveis). A maior influência veio dos bens intermediários (4,87 p.p.), seguidos por bens de consumo (3,98 p.p.) e bens de capital (0,56 p.p.).
Análises setoriais

Nas indústrias extrativas, os dados apontam para uma queda de 3,39% em fevereiro, acumulando -4,82% no ano e -6,18% em 12 meses. A retração foi puxada principalmente pelos preços do “óleo bruto de petróleo”, enquanto o “minério de ferro” teve efeito oposto.
Já no alimentos, foi observada uma segunda queda mensal seguida, com -0,84% em fevereiro. No ano, acumula -1,70%. Em 12 meses, alta de 13,96%. A maior influência no mês veio de “arroz” (queda) e “café torrado e moído” (alta). O grupo foi o principal impacto no acumulado em 12 meses (3,39 p.p.).
Por sua vez, em refino de petróleo e biocombustíveis, a alta foi de 2,37% em fevereiro, acumulando 3,89% no ano e 9,76% em 12 meses, com destaque para “óleo diesel” (alta) e “gasolina” (queda).
Por dim, em outros produtos químicos foi registrado a maior alta mensal (2,41%), com impacto relevante também no acumulado do ano (4,16%) e em 12 meses (16,57%). As elevações foram influenciadas por insumos como adubos, polietilenos e defensivos agrícolas.