Uma tecnologia que auxilia as plantas na absorção de fósforo já gerou benefícios estimados em R$ 4,2 bilhões ao Brasil desde 2019.
A tecnologia desenvolvida pela Embrapa em parceria com a BiomaPhos, expandiu a sua presença em lavouras de 228 mil hectares, na safra 2018/2019, para mais de 4 milhões de hectares no atual período agrícola.
Absorção de fósforo
Em cinco anos o bioproduto impactou a soma de mais de 10 milhões de hectares que receberam o produto. Com isso, o retorno financeiro estimado foi baseado no aumento da produtividade proporcionado pela aplicação do inoculante.
Com base na pesquisadora da área de Microbiologia do Solo da Embrapa Milho e Sorgo (MG), responsável pela pesquisa, Christiane Paiva, “além de ser uma solução tecnológica inovadora e sem precedentes no mercado, o solubilizador de fosfato ainda pode ser considerado o maior caso de sucesso de adoção de uma tecnologia da Embrapa dos últimos anos”.
Além disso, a solução extrapolou o mercado nacional e já chegou ao exterior.
“Ela começou a ser avaliada nos Estados Unidos em 2022, quando obteve a liberação de uso em 14 estados americanos, incluindo os que compõem o chamado Cinturão do Milho, o Corn Belt,” destaca Artur Soares, diretor de Pesquisa e Desenvolvimento da empresa parceira Bioma.
Com base nele, em maio de 2024 o produto foi registrado na Alemanha, no Canadá, na Argentina, no Paraguai, na Bolívia e na Costa Rica. No Uruguai, está em fase de registro.
Veja como funciona
Apenas 0,1% do elemento fósforo (P) está prontamente disponível para absorção imediata pelas plantas. Conforme os estudos conduzidos pela Embrapa, há um estoque bilionário de fósforo nos solos, que se encontra inerte e não pode ser aproveitado pelas plantas.
“Em alguns solos de plantio direto, cerca de 88% do fósforo encontra-se em forma orgânica, indisponível para ser absorvido pelas raízes, e precisa ser mineralizado para esse fim. As bactérias solubilizadoras de fosfatos conseguem disponibilizar o elemento para a planta, atuando de forma agronômica nesse grande estoque presente na natureza”, explica Christiane Paiva.
Portanto, o primeiro inoculante comercial brasileiro para a solubilização de fosfato foi produzido a partir de microrganismos tropicais, selecionados pela Embrapa.
O inoculante líquido é recomendado para tratamento de sementes ou aplicação via jato dirigido no sulco de semeadura. De acordo com Paiva, os Bacillus presentes nos produtos comerciais se multiplicam mais facilmente e colonizam de forma mais eficiente a região da raiz da planta, a rizosfera, iniciando a produção de diferentes substâncias que atuam no processamento do fósforo, chamadas de solubilizadores, tornando esse nutriente mais disponível para a absorção e assimilação pelas plantas.
Informações extraídas do site da Embrapa