O Brasil vai produzir mais de gás natural e fertilizantes nitrogenados em 2024, segundo anunciou o governo federal nesta quinta-feira (21), em reunião no Palácio do Planalto do vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Indústria, Geraldo Alckmin, junto do ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro e do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira.
É que a Unidade de Processamento de Gás Natural (UPGN), a Gasoduto Rota 3, da Petrobras, que liga o Polo Pré-Sal da Bacia de Santos ao Complexo Petroquímico do Estado do Rio de Janeiro (Comperj), em Itaboraí, entrará em operação no segundo semestre de 2024, o que deve ampliar em 14 milhões de m³ a quantidade de gás natural produzido no Brasil por dia.
Produção de gás natural
Hoje, o Brasil consome em torno de 60 milhões de m³ de gás natural por dia e produz em torno de 45 milhões de m³ por dia. Alta na produção representaria uma suficiência maior do setor e a segurança energética do país, segundo destacou Alckmin.
Silveira afirmou que o governo também trabalha para cumprir medidas do programa Gás para Empregar, que pretende usar a PPSA, estatal com controle 100% da União, para trazer o gás produzido nas plataformas do pré-sal à costa.
O ministro ressaltou que a pouca oferta de gás natural aumenta os preços o que torna o país pouco competitivo. Há uma expectativa de aumentar a oferta de gás com outras iniciativas, segundo Silveira, como a adição de volume de 16 milhões m3/dia em 2026 com projeto da Equinor, alta da importação do gás boliviano e contratação de gás da região de Vaca Muerta, na Argentina.
Fertilizantes nitrogenados
Além dos ministros participaram também da reunião, o presidente da Petrobrás, Jean Paul, e as equipes técnicas das pastas, que também discutiram sobre a reativação das plantas de fabricação de fertilizantes nitrogenados, como as unidades.
A medida pode impulsionar a produção do fertilizante no Brasil, já que o gás natural é um dos principais insumos para a fabricação de nitrogenados. Esse desenvolvimento diminuiria a dependência do país na importação de 85% desses produtos que utiliza na agricultura.
“Já vimos que no momento de pandemia ou de guerra essa nossa dependência do mercado internacional nos deixa vulneráveis e que isso pode aumentar os custos de produção, aumentando preços dos alimentos e tirando competitividade. Então diminuir essa dependência é trazer estabilidade nos alimentos e segurança alimentar para o Brasil”, ressaltou Fávaro.