Nesta quarta-feira (16/11), o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva discursou na 27ª Conferência Climática das Nações Unidas (COP27), que acontece no Egito e destacou que a luta contra o desmatamento será prioridade em seu governo.
Em seu discurso, Lula enfatizou o fato de países gastarem “trilhões de dólares em guerras que só trazem destruição e mortes, enquanto 900 milhões de pessoas em todo o mundo não têm o que comer”, disse.
Ele caracterizou o momento atual como de “tempos difíceis”, devido as crescentes tensões geopolíticas, as ameaças nucleares entre países, como também a crise de abastecimento de alimentos e energia e o aumento das desigualdades.
Segundo ele, o momento “exige mais liderança para reverter a escalada do aquecimento” e que “o Brasil já mostrou ao mundo o caminho para derrotar o desmatamento e o aquecimento global”.
De acordo com o presidente eleito, entre 2004 e 2012, o Brasil reduziu a taxa de desmatamento na Amazônia em 83%. Em contrapartida, o PIB do agronegócio cresceu 75%.
Lula também falou de uma nova governança global. Segundo ele, “o mundo de hoje não é o mesmo de 1945. É preciso incluir mais países no Conselho de Segurança da ONU e acabar com o privilégio do veto, hoje restrito a alguns poucos, para a efetiva promoção do equilíbrio e da paz”.
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Luta contra o desmatamento
O presidente eleito Lula, que foi convidado de honra na COP27, ressaltou os alertas que Organização Mundial da Saúde (OMS) faz acerca da crise climática, que compromete vidas e gera impactos negativos na economia dos países.
Em seu discurso, disse que entre 2030 e 2050 o aquecimento global poderá causar aproximadamente 250 mil mortes adicionais ao ano – por desnutrição, malária, diarreia e estresse provocado pelo calor excessivo.
Lula ressaltou, também, que as mudanças climáticas afeta a todos, no entanto, os seus efeitos mais severos recaem sobre os mais pobres.
Segundo ele, o 1% mais rico do planeta estão a caminho de emitir 70 toneladas de gás carbônico per capita por ano. Os 50% mais pobres, por sua vez, são responsáveis por, em média, apenas uma tonelada per capita. É o que diz o estudo da ONG Oxfam e apresentado na COP 26.
Ele ainda disse que uma segurança climática depende de uma Amazônia protegida. Para isso, se comprometeu zerar o desmatamento e a degradação dos biomas brasileiros até 2030.
Além disso, anunciou que o combate à mudança climática “terá o mais alto perfil” na estrutura de seu governo.
“Vamos priorizar a luta contra o desmatamento em todos os nossos biomas”, disse o presidente.
O presidente também ofereceu o Brasil para sediar a COP30, em 2025, na região Amazônica. Ele destaca o fato de países latino-americanos que abrigam a floresta possam discutir “de forma soberana a promoção do desenvolvimento integrado da região, com inclusão social e responsabilidade climática”.