Devido o avanço do desmatamento no Cerrado o Governo Federal precisou criar uma força-tarefa com sete estados, mais o Distrito Federal que detém porções do segundo maior bioma brasileiro, que ocupa 25% do território nacional.
A iniciativa é parte dos desdobramentos do Pano de Ação contra o Desmatamento do Cerrado (PPCerrado).
Força-tarefa para conter o avanço do desmatamento no Cerrado
Além da criação de uma força-tarefa com a participação direta dos próprios governadores, as ações propostas incluem um trabalho de unificação das bases de dados dos estados com o governo federal.
A ideia também consiste em retomar a alimentação do Cadastro Ambiental Rural (CAR), levando os estados a desenvolverem suas próprias plataformas de acompanhamento da situação dos imóveis rurais.
Fonte de 40% da água doce do país, o Cerrado teve um aumento de 19% nos alertas de desmatamento no mês passado, na comparação com fevereiro de 2023.
Conforme o monitoramento realizado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o bioma perdeu 3.798 quilômetros quadrados da vegetação nativa, no acumulado de agosto de 2023 a fevereiro deste ano.
O levantamento aponta que a situação é mais agravante na região Matopiba, sendo composta pelos estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e da Bahia. Dos 52 municípios responsáveis por metade dos desmatamentos, 50 deles estão no Matopiba.
Impactos do desmatamento
Em uma reunião realizada para tratar o assunto, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, destacou sobre os impactos de décadas de degradação do solo com desmatamento, além dos prejuízos ocasionados pelas mudanças climáticas.
“Estamos observando uma mudança no regime de chuvas, sobretudo naquela região ali do Matopiba, uma diminuição do volume dos rios, algo em torno de 19 mil metros cúbicos por segundo e outros problemas que podem criar graves situações em reação aos processos econômicos para a agricultura familiar, para o agronegócio”, disse a ministra.
A pasta do Meio Ambiente também informou que o apoio dos estados na força-tarefa pode garantir a liberação de recursos do Fundo Amazônia para financiar ações, considerando que até 20% dos recursos podem ser aplicados em medida de monitoramento e controle em outros biomas.