O Brasil tem uma oportunidade muito grande de retomar a economia a partir de recursos renováveis e de transição energética: é a energia eólica marinha ou eólica offshare, como também é chamada. A visão é da Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEolica).
O país se coloca em uma perspectiva de liderança energética, tendo vista o grande potencial do Brasil na produção de energia limpa.
Durante o último dia da COP27, a presidente da ABEEolica, Elbia Gannoum, disse que a energia produzida em alto mar é a grande aposta do Brasil para consolidar sua transição energética.
“Nós estamos falando em criar uma estrutura industrial, de colocar o Brasil na rota de transição energética, de atrair tecnologia, inovação, de atrair capital, gerar emprego e renda”, disse Gannoum.
Além disso, ela lembrou que a energia eólica produzida em terra, ou seja, eólica onshore, é responsável por 13% da matriz elétrica nacional, com capacidade de 25GW.
Segundo a presidente da ABEEolica, o Brasil se destaca como o terceiro país que mais investe em eólica onshore e o sexto em capacidade instalada.
Com o advento da eólica offshore, aquela produzida em alto mar, e do hidrogênio verde, o Brasil pode se tornar líder em energia no mundo e, mais do que isso, referência em energia renovável, ressaltou Gannoum.
Grande espaço marinho brasileiro favorece a produção de energia eólica marinha
O Brasil conta com 7.367 km de costa e 3,5 milhões km² de espaço marítimo sob sua jurisdição, que torna bastante viável a exploração de energias do tipo offshore.
O governo federal regulamentou em janeiro deste ano, através de um decreto, a cessão de uso de espaços físicos e o aproveitamento dos recursos naturais em águas do mar sob domínio da União para a geração de energia elétrica.
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O decreto regulamenta o setor e dita os passos que o empreendedor deverá seguir para execução do empreendimento.
Além disso, os Ministérios de Minas e Energia (MME) e do Meio Ambiente (MMA) publicaram uma portaria que cria o Portal Único para Gestão do Uso de Áreas Offshore para Geração de Energia (PUG-offshore). Essa plataforma reunirá todos os serviços necessários para autorização de produção de energia offshore.
A presidente da ABEEólica, Elbia Gannoum, espera que, a partir do próximo ano que já seja realizado o primeiro leilão de cessão de áreas de mar para usinas offshore.
De acordo com o Ibama, a estimativa é que sejam produzidos 700Gw de energia caso todo o potencial eólico brasileiro seja explorado. Isso corresponde a dez vezes mais que o produzido por toda a matriz energética brasileira.