O Ministério do Meio Ambiente (MMA) ampliou em mais de seis vezes as áreas de conservação de espécies em extinção, passando de nove milhões de hectares para 62 milhões de hectares neste ano.
A ampliação foi possível graças à Estratégia Nacional para Conservação de Espécies Ameaçadas de Extinção (Pró-Espécies) que concluiu 11 Planos de Ação Territoriais para Conservação de Espécies Ameaçadas de Extinção (PAT), que detalha os limites de cada um dos 24 territórios protegidos pela iniciativa.
De acordo com a secretária de biodiversidade do MMA, Julie Messias, a meta de avaliação do status de conservação também foi superada.
“Inicialmente seriam avaliadas sete mil espécies entre flora e fauna e até junho de 2022 foram avaliadas 8.761 espécies, sendo 5.511 de fauna e 3.250 de flora” disse a secretária.
Conforme o MMA, o cálculo é feito com o auxílio de um software de geoprocessamento e a partir de cada PAT. Além disso, expedições que monitoram espécies ameaçadas de extinção foram feitas com foco, principalmente, naquelas que não possuem estratégia de conservação, que são 173 espécies, sendo 43% de fauna e 47% de flora.
Samuel Schwaida, analista ambiental do MMA, explica que o aumento das áreas de conservação é resultado do trabalho conjunto dos parceiros do projeto em, especial, órgãos estaduais do meio ambiente.
Segundo o analista, a ideia era de trabalhar em, pelo menos, nove milhões de hectares, contudo, na hora da execução percebe as áreas de atuação são ainda maiores.
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Nossa ideia inicial era trabalhar em, pelo menos, nove milhões de hectares, mas quando vamos para a execução e desenvolvimento dos Planos de Ação Territoriais (PAT), é que se tem a real dimensão das áreas que serão trabalhadas. A definição é feita com quem está na ponta”, disse Schwaida.
Construção dos projetos de conservação de espécies em extinção
De acordo com o MMA, os projetos são construídos de forma participativa, levando em consideração os aspectos socioeconômicos da região.
A partir disso, são identificadas as espécies-alvos pelo projeto para mapear e subsidiar as pesquisas, avaliando também o status de sua existência como, também, que ações de conservação tomar. O processo visa reduzir o risco de extinção das espécies e garantir sua sobrevivência.
A coordenadora de projetos do Departamento de Espécies do MMA, Renata Sauerbronn, tem boas expectativas para o ano de 2023.
Segundo ela, o projeto “tem pensado em formas de melhorar a implementação das ações de controle e sensibilização do combate aos crimes contra a fauna e flora, além de consolidar as medidas que foram estabelecidas por meio da Estratégia Nacional de Espécies Exóticas Invasoras (ENEEI) para reduzir o impacto que essas espécies geram na diversidade biológica e nos serviços ecossistêmicos”.
O que é o Projeto Pró-Espécies
Lançado em 2018, o projeto tem como objetivo prevenir, conservar e gerir ações que minimizem ameaças e o risco de extinção de espécies.
Antes do programa, existiam cerca de 290 espécies criticamente ameaçadas, que não possuíam políticas públicas de conservação.
A estruturação da iniciativa é combater as principais causas de extinção das espécies como perda de habitat, extração ilegal e espécies exóticas invasoras.