Nesta segunda-feira (24/7), o administrador da agência espacial americana (Nasa), Bill Nelson, se encontrou com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no Palácio do Planalto, em Brasília, para tratar da cooperação aeroespacial entre Brasil e Estados Unidos para o combate ao desmatamento na Amazônia.
A Nasa busca ampliar a parceria com o Brasil no monitoramento, através de satélites, do desmatamento da floresta amazônica e ações de preservação.
Lula deve conversar esta semana com Joe Biden sobre parceria no monitoramento do desmatamento na Amazônia
De acordo com a embaixadora dos Estados Unidos no Brasil, Elizabeth Frawley Bagley, que também participou da reunião, o presidente Lula deve conversar com o presidente Joe Biden, ainda esta semana, para abordar os assuntos discutidos no encontro.
Já Bill Nelson destacou que os satélites americanos já enviam imagens e informações aos cientistas brasileiros para localizar a destruição da floresta e que, em breve, três novos satélites serão lançados, colaborando ainda mais com o monitoramento.
“Nós lançaremos, futuramente, três novos satélites que vão aumentar, e muito, a habilidade de poder identificar e impedir o desmatamento”, disse o administrador da Nasa.
Além disso, Nelson explicou que a agência espacial possui instrumentos que podem contribuir para o aumento da produtividade no campo, pois são capazes de identificar a umidade do solo e do ar, além de detectar pragas.
Parceria depende de aprovação de autoridades científicas brasileiras, diz ministra
Nesta terça-feira (25), Bill Nelson visitará as instalações do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e da Embraer em São Paulo.
Após a visita do administrador da Nasa ao Brasil, estão programadas reuniões de acompanhamento entre cientistas dos dois países para dar continuidade às discussões e parcerias estabelecidas durante a visita.
Segundo a ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, qualquer forma de parceria no monitoramento das florestas depende da aprovação das autoridades científicas responsáveis pelo acompanhamento da política aeroespacial brasileira.
Elas são quem têm a capacidade de determinar a real necessidade de utilização dos equipamentos e sistemas, bem como a viabilidade do cruzamento de informações para esse propósito.
Radar sintético brasileiro
Luciana Santos ainda ressaltou que em breve será implementado um novo radar sintético que permitirá a captação de imagens mesmo através das nuvens, e enfatizou que o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) continua dedicado e eficiente em fornecer informações qualificadas para combater o desmatamento na Amazônia.
Ela expressou total simpatia pelo avanço tecnológico que possa aprimorar o monitoramento da floresta brasileira e afirmou que o país está disposto a cooperar nesse sentido.
“Nós temos empresas com capacidade de produção para fornecer para a Nasa, também equipamentos na indústria aeroespacial, então é um pouco essa troca que nós queremos estabelecer na visita do presidente da Nasa ao Inpe”, explicou a ministra.