A Operação Mata Atlântica em Pé, iniciativa nacional voltada para o combate ao desmatamento e recuperação de áreas degradadas, identificou, neste ano, 289,86 hectares de florestas desmatadas irregularmente. Isso equivale a aproximadamente 280 campos de futebol. A iniciativa terminou no dia 23 de setembro, aplicou ainda R$ 880 mil em multas aos infratores no Estado de Goiás.
Além de Goiás, a operação foi deflagrada em outros 16 estados da unidade da federação com o objetivo de identificar as áreas desmatadas de forma ilegal nos últimos anos, cessar os atos ilícitos e responsabilizar os infratores, tanto na esfera civil, quanto criminal e administrativa.

A ação contou com a participação do Ministério Público de Goiás (MPGO), do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e do Batalhão Ambiental da Polícia Militar. No estado de Goiás, passaram por inspeção propriedades localizadas nas cidades de Cachoeira Alta, Paranaiguara, Quirinópolis e Ipameri.
“Ficou constatado que, em regra, os alvos de desmatamento estavam localizados em área de reserva legal ou de preservação permanente, o que demostra a necessidade de estarmos sempre alertas e atuantes no combate e punição de atos dessa natureza, pois esse é um problema antigo e que contribui para o aquecimento global, a destruição de florestas e desequilíbrios no ecossistema”, apontou Daniela Haun de Araújo Serafima, coordenadora da Área de Meio Ambiente e Consumidor do Centro de Apoio Operacional do MPGO.
Combate ao desmatamento florestal: mais de 11 mil hectares com supressão ilegal de vegetação

A operação ainda identificou, no Brasil, 11.929,94 hectares com supressão ilegal de vegetação nativa, totalizando um aumento de 45% em relação ao ano passado, que teve o registro de 8.189 hectares.
De acordo com o Ministério Público, a operação aconteceu nos estados de Alagoas, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Rio Grande do Norte, Santa Catarina, São Paulo e Sergipe.
A operação é realizada, desde 2019, com tecnologia da plataforma MapBiomas Alerta, programa de alerta e emissão de relatórios de achados de desmatamento por meio da tecnologia de monitoramento e processamento de dados desenvolvida pelo projeto MapBiomas, que reúne universidades, empresas de tecnologia e ONGs que realizam levantamentos anuais de cobertura e uso da terra no Brasil.
Diante dos ilícitos ambientais constatados, os responsáveis devem ser autuados e podem responder judicialmente, incluindo sanções administrativas dos registros das propriedades rurais.