Brasil e China formalizaram nesta terça-feira (13) um memorando de entendimento voltado à ampliação da cooperação ambiental na recuperação de áreas vegetais e no fortalecimento de sumidouros de carbono.
O acordo foi assinado em Pequim pela ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, e pelo chefe da Administração Nacional de Florestas e Pastagens da China (NFGA), Liu Guohon, em cerimônia acompanhada pelos presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Xi Jinping.
Cooperação ambiental

O evento marcou a assinatura de outros 26 instrumentos entre os dois países, como parte da visita oficial da comitiva brasileira à China, que se estende até quarta-feira (14). A delegação é composta por 11 ministros, o presidente do Senado, o vice-presidente da Câmara dos Deputados e parlamentares.
A regeneração de florestas e vegetações nativas contribui para a absorção e o estoque de carbono, reduzindo a concentração de CO₂ na atmosfera e ajudando a mitigar o aquecimento global.
Além do papel climático, essas ações são fundamentais para garantir serviços ecossistêmicos como regulação hídrica e climática, proteção da biodiversidade e oferta de benefícios culturais, educacionais e recreativos. Também são essenciais para a sustentabilidade dos modos de vida de povos indígenas, comunidades tradicionais e populações rurais.
Segundo Marina Silva, “a China lidera grandes iniciativas de reflorestamento, como a ‘Grande Muralha Verde’ e o programa ‘Grão por Verde’. Já o Brasil, com a maior floresta tropical do planeta, tem ampla experiência em sistemas agroflorestais com espécies nativas.
- Agricultura: Fiscalização analisa presença de mosca-branca e viroses em lavouras de feijão, em Goiás
Acordo de Paris

O entendimento também contribuirá com as metas brasileiras no Acordo de Paris, especialmente o compromisso de restaurar 12 milhões de hectares de áreas degradadas até 2030, conforme estabelecido no Plano Nacional de Recuperação da Vegetação Nativa (Planaveg), parte da Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC) do país.
A cooperação englobará os seguintes temas:
- Intercâmbio sobre políticas e instrumentos para manejo sustentável de florestas, pastagens e vegetação diversa;
- Monitoramento de ecossistemas vegetais e seus recursos;
- Reflorestamento e recuperação de diferentes tipos de vegetação;
- Cultivo e proteção de áreas florestais e pastagens;
- Fomento ao comércio de produtos florestais, incluindo os não madeireiros e os derivados de gramíneas;
- Combate à desertificação, à degradação do solo e à escassez hídrica;
- Desenvolvimento de métodos para mensuração de sumidouros de carbono;
- Incentivo ao uso de alternativas sustentáveis ao plástico convencional, especialmente de base biológica;
- Apoio ao uso sustentável da vegetação para garantir o sustento de comunidades indígenas e locais.