Os incêndios em áreas rurais são frequentes devido a estação da seca após longos períodos de estiagens, como as que ocorreram no Brasil em 2023 e as que estão ocorrendo atualmente em Los Angeles, nos Estados Unidos.
Nas áreas agrícolas, as queimadas geram diversos danos, como a perda da matéria orgânica dos restos das culturas e das plantas de cobertura, além de prejudicar a microbiota do solo.
Incêndios em áreas rurais
Os impactos também são claros para os pecuaristas, com a redução da biodiversidade, a morte de animais e a destruição de infraestruturas, como cercas, redes elétricas e edificações.
A população local e as vias de transporte são diretamente atingidas, e o setor agropecuário, que exige alta eficiência, não toleram as queimadas, pois elas causam severos prejuízos econômicos e ambientais.
Neste sentido, surge a necessidade de resolver esse problema é amplamente reconhecida pela sociedade. As áreas de cultivo de culturas anuais estão naturalmente mais suscetíveis ao risco de incêndios. Embora a palhada tenha um papel agronômico fundamental, como fornecedora de matéria orgânica, na prevenção da erosão, na redução da temperatura do solo e em outros benefícios, ela também aumenta esse risco. A proximidade das áreas agrícolas a comunidades rurais e estradas agrava ainda mais a situação.
Uma prática eficiente de manejo é o pastoreio no final da estação chuvosa, com o objetivo de diminuir a quantidade de palhada. O pastejo controlado favorece a ciclagem de nutrientes no solo, oferece alimentação volumosa aos animais e ajuda a reduzir o risco de incêndios, além de facilitar o controle das queimadas.
Além disso, apesar de ser uma estratégia econômica, eficaz e ambientalmente adequada, sua implementação deve estar alinhada aos planos de prevenção de queimadas e às normas ambientais vigentes. A prática do acero, que consiste na remoção de palhada por meio de gradagem, especialmente nas áreas próximas às estradas, também é uma ferramenta importante na prevenção da propagação do fogo para as propriedades rurais.
Diagnóstico
O território brasileiro é amplo e diversificado em termos de clima, solo e estrutura fundiária e as soluções precisam ser customizadas. De acordo com os pesquisadores da Embrapa Cerrado, oBrasil possui uma vasta experiência no monitoramento de focos de queimadas, utilizando bancos de dados provenientes de imagens de satélites, que possibilitam a identificação precisa dos locais onde os incêndios começam.
Com esses dados, é possível intensificar os alertas e as campanhas preventivas nas áreas com maior histórico de focos iniciais de fogo. A eficácia das operações de combate é significativamente maior quando realizadas nos primeiros minutos após o início do incêndio.
É fundamental que as ações preventivas sejam implementadas durante a estação chuvosa. O “alerta climático” antecipado sobre períodos prolongados de seca deve integrar essa estratégia, visando minimizar os riscos e, em alguns casos, promover ajustes urgentes no planejamento das ações de prevenção e combate a incêndios, tanto em áreas rurais quanto periurbanas.