O abate de bovinos registrou 10,37 milhões de cabeças no 3º trimestre de 2024, alta de 15,3% em comparação ao 3º trimestre de 2023 e acréscimo de 3,9% frente ao 2° trimestre deste ano.
O volume ultrapassou pela primeira vez a marca de dez milhões de cabeças em um trimestre. Aquisição de couro também cresceu e de leite teve retração. É o que aponta as Estatísticas da Produção Pecuária para o 3º trimestre de 2024, divulgadas na quinta-feira (5), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Abate de bovinos
O ano de 2024 é recorde no abate de bovinos e na produção de carne. Segundo o IBGE, O setor se encaminha para um recorde anual, a depender do quarto trimestre. O mês de julho foi o melhor mês para o abate em geral, com recorde de cabeças abatidas para um mês, na série histórica, iniciada em 1997.
“Estamos com uma boa oferta de animais, fruto de uma retenção de fêmeas que tivemos do final de 2019 a 2021. Além disso, ainda estamos em uma fase de baixa de ciclo, não em número de animais, mas sim de preços, com os preços do bezerro em baixa ainda, então, não vale a pena para o produtor reter fêmeas, encaminhando-as para o abate”, explicou a gerente da pesquisa da pesquisa, Angela Lordão.
Em relação ao mesmo período de 2023, foram abatidas 1,37 milhão de cabeças de bovinos a mais no 3º trimestre de 2024, com altas em 25 das 27 unidades da federação (UFs). O abate de fêmeas aumentou 19,6% em relação ao 3º trimestre de 2023, influenciado pela queda do preço dos bezerros no comparativo anual, enquanto o abate de machos subiu 12,5%.
Demanda
Há uma grande demanda pela carne bovina no mercado interno e externo. De acordo com Lordão, as exportações são recordes e no mercado interno há um aumento do consumo per capita das famílias.
As exportações de bovinos no terceiro trimestre atingiram o patamar inédito de 706,43 mil toneladas, aumento de 30,6% na comparação anual, com recordes para julho, agosto e setembro, nos cálculos da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC).
Aquisição de leite
A aquisição de leite cru foi de 6,30 bilhões de litros, redução de 0,3% em relação ao 3° trimestre de 2023, e alta de 7,1% em comparação com o trimestre imediatamente anterior. A queda de 21,91 milhões de litros de leite captados em nível nacional aconteceu em 14 das 26 UFs.
O preço médio do leite pago ao produtor, apresentou crescimento, devido à maior competição das indústrias pela matéria-prima, chegando a R$ 2,80, aumento de 20,7% em relação ao mesmo período do ano anterior e alta de 7,7% em relação ao 2º trimestre de 2024.
Aquisição de couro
Os curtumes investigados pela Pesquisa Trimestral do Couro, no 3º trimestre de 2024, receberam 10,55 milhões de peças. Esse total representa aumento de 17,4 % na aquisição de couro em relação ao mesmo trimestre do ano anterior e alta de 2,7 % em comparação com o 2º trimestre de 2024. Seguindo o aumento do abate de bovinos, é natural que a oferta de couro também cresça.