A atividade pesqueira no sul de Goiás tem se destacado como uma importante fonte de emprego na região, gerando mais de 280 postos de trabalho diretos. Os pescadores locais, juntamente com suas famílias, encontraram na pesca uma oportunidade de sustento e renda, impulsionando a economia local.
O Portal Agro2 conversou com o presidente da Colônia de Pescadores Profissionais Z14 em Goiás, Leivis Carlos Mercedes, que falou sobre as atividades desenvolvidas pelos pescadores, além da economia pesqueira e os desafios enfrentados pelo segmento.
Atividade pesqueira no sul goiano tem representação significativa na economia local
A colônia de pescadores profissionais da região sul de Goiás, que abrange os municípios de São Simão, Cachoeira Dourada, Goiatuba, Itumbiara e Corumbaíba, realizam diversas atividades. Isso inclui a pesca, o transporte e a própria comercialização dos peixes.
Eles é quem são responsáveis por grande parte do fornecimento de peixes para bares, restaurantes e feiras locais, o que tem impulsionado a economia da região.
De acordo com Leivis Carlos, a estimativa média de pescado na colônia do sul goiano é de 3,8 mil a 4,0 mil toneladas mensais.
“Temos que falar da importância do nosso segmento para o sul de Goiás. Somos pescadores profissionais que vivemos dessa atividade. Temos gerado muitos empregos diretos e indiretos na região e tido uma representação significativa na economia local”, disse.
As espécies mais pescadas da região são mandi-amarelo, bagre-barbado, tilápia, papa-terra, tucunaré e lambari do rabo vermelho.
O presidente da Z14 destaca ainda a preocupação dos pescadores da região com o repovoamento das espécies nativas, pois, segundo ele, muitas delas estão desaparecendo.
Dessa forma, a colônia tem buscado parcerias com órgãos competentes e usinas hidrelétricas do sul do estado para preservar e repovoar as espécies locais, a fim de evitar desequilíbrios naturais.
Desafios
Segundo Leivis, um dos principais desafios enfrentados pelos pescadores da região é a comercialização. Atualmente, a maioria ainda adota métodos artesanais para conservar o pescado, transportando-o em caixas de isopor com gelo para vender nas feiras.
A falta de certificação e documentação adequadas tem dificultado, também, a entrada desses produtos em outros mercados, como os programas governamentais de merenda escolar.
Brasil faturou US$ 23,8 milhões com peixes exportados, em 2022
Um estudo realizado pela Embrapa Pesca e Aquicultura em parceria com a Associação Brasileira da Piscicultura (Peixe BR), mostra que as exportações da piscicultura brasileira alcançaram um marco histórico em 2022, com uma alta de 15% no faturamento, totalizando US$ 23,8 milhões.
Os Estados Unidos foi o principal destino desse pescado brasileiro, sendo responsáveis por 81% das exportações.
Entre as espécies mais procuradas no mercado internacional, a tilápia continua sendo a grande estrela, representando 98% das exportações de piscicultura do país.
Já a segunda espécie mais exportada em 2022 foi o tambaqui, que apresentou uma queda de 51% em relação a 2021, totalizando US$ 268 mil em exportações.
Por sua vez, os surubins ocuparam a terceira posição, com um crescimento notável de 186% no ano, totalizando US$ 114 mil em exportações, sendo a espécie com maior destaque em termos de crescimento.