O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) confirmou nesta segunda-feira (15/5), os primeiros casos de gripe aviária (Influenza Aviária de Alta Patogenicida – IAAP) no Brasil, em duas aves marinhas da espécie Thalasseus acuflavidus, mais conhecida como Trinta-réis-de-bando, no litoral do estado do Espírito Santo.
Na quarta-feira (10/5), o Serviço Veterinário Oficial (SVO) brasileiro iniciou a investigação de suspeita de influenza aviária, após notificação recebida pelo Instituto de Pesquisa e Reabilitação de Animais Marinhos de Cariacica, no Espírito Santo.
Gripe aviária: investigação
Duas aves marinhas foram resgatadas no Espírito Santo, uma localizada no município de Marataízes e outra no bairro Jardim Camburi, em Vitória, ambas no litoral do estado.
As amostras biológicas colhidas pelo SVO foram enviadas AO Laboratório Federal de Defesa Agropecuária de São Paulo (LFDA-SP), unidade de referência da Organização Mundial da Saúde Animal (OMSA), que confirmou os casos Influenza Aviária de Alta Patogenicida (IAAP) de subtipo H5N1.
A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) informou em nota oficial que a entidade e todo o setor produtivo, junto com a Associação dos Avicultores do Estado do Espírito Santo (AVES), seguem mobilizados para o monitoramento da situação identificada no Espírito Santo, por meio do comitê de crise denominado Grupo Especial de Prevenção à Influenza Aviária (GEPIA).
O Departamento de Saúde Animal da Secretaria de Defesa Agropecuária do Mapa notificou a OMSA a respeito da detecção.
O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, declarou estado de alerta para aumentar a mobilização do setor privado e de todo o serviço veterinário oficial para incrementar a preparação nacional, aumentando a vigilância sobre a pandemia de gripe aviária.
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Mercado internacional
Segundo o Mapa, a notificação da infecção pelo vírus não afeta a condição do Brasil como livre de Influenza Aviária de Alta Patogenicidade e o comércio internacional deve ser mantido, pois os demais países membros da OMSA (Organização Mundial da Saúde Animal) não devem impor proibições aos negócios de produtos avícolas brasileiros.
“Não há risco de qualquer tipo de restrição comercial, porque são aves silvestres. O sistema está funcionando, mas nós temos que dar clareza, transparência e agilidade para continuar com nosso sistema de defesa sendo reconhecido como eficiente para os nossos produtores. Trabalhar e logo em seguida volto com mais notícias pra vocês”, afirma o ministro, Carlos Fávaro.
A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) reiterou em nota, que os casos nas duas aves aves marinhas migratórias, não ocorreram dentro do sistema industrial brasileiro, que continua com rígidos protocolos de biosseguridade. Por isso, não há qualquer mudança em relação ao abastecimento interno de produtos.
“Também não são esperadas mudanças no fluxo de comércio internacional de produtos brasileiros, tendo como princípio as recomendações da OMSA”.
Consumo de carne de frango e ovos é seguro
A ABPA finalizou a nota ressaltando que “é totalmente seguro o consumo da carne de aves e ovos, segundo informações cientificamente respaldadas pela OMSA, pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO) e outros órgãos reconhecidos internacionalmente.
![Brasil registra primeiros casos de gripe aviária em aves silvestres 3 Mapa declarou estado de emergência para aumentar a vigilância.](https://agro2.com.br/wp-content/uploads/2023/05/Mapa-declarou-estado-de-emergencia-para-aumentar-a-vigilancia.jpg)
A gripe aviária
A Influenza Aviária, também conhecida como gripe aviária, é uma doença viral altamente contagiosa que afeta, principalmente, aves silvestres e domésticas. Hoje o mundo vivencia a maior pandemia de Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (IAAP) e a maioria dos casos está relacionada ao contato de aves silvestres migratórias com aves de subsistência, de produção ou aves silvestres locais.
Infecções humanas pelo vírus da Influenza Aviária podem ser adquiridas, principalmente, por meio do contato direto com aves infectadas (vivas ou mortas). Ao avistar aves doentes, acione o serviço veterinário local ou realize a notificação por meio do e-Sisbravet. Não se deve tocar e nem recolher aves doentes.
Mais informações no site do Ministério da Agricultura e Pecuária, no Programa de Saúde Animal.
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