No Brasil, o mercado de reprodução animal encerrou o primeiro trimestre de 2022 contabilizando um total de 4,85 milhões de doses de sêmen comercializadas. Apesar de ser uma quantidade relativamente alta, os números mostram uma queda de 3,4% se comparado ao mesmo período do ano passado, quando foram comercializadas 5,02 milhões de doses. A justificativa para essa queda se dá devido ao fato de que as propriedades nacionais voltadas para a criação de de gado de corte, adiantaram a compra do sêmen com a intenção de garantir o insumo para a estação de monta.
Os dados acima citados foram levantados pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP, através de uma parceria com a Associação Brasileira de Inseminação Artificial (Asbia), para a elaboração de um relatório setorial chamado Index Asbia. De acordo com estimativas internas, a Associação é responsável por cerca de 94% do share nacional de vendas de sêmen bovino.
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Entre os meses de janeiro e março deste ano, 95% do total de doses comercializadas tiveram como destino o mercado interno, frente aos 97% vendidos no mesmo período de 2021. A partir daí podemos observar que a demanda internacional pela genética dos gados brasileiros está cada vez maior. Ainda de acordo com os dados do Cepea/Asbia, 230 mil doses foram exportadas nos primeiros três meses do ano de 2022, contra 150 mil no mesmo período do ano anterior, o que representa uma alta de 53%.
Segmentos de compra de doses de sêmen
Um ponto importante a ser ressaltado é que a exportação de doses de sêmen de raças leiteiras vem se destacando, tendo em vista que o seu crescimento expressivo chegou a bater 75% no período de janeiro a março deste ano. Já em relação ao mercado interno, as vendas foram segmentadas entre:
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- Prestação de Serviços ou PS – quando o contrato de coleta e industrialização das doses de sêmen são feitas de um touro, que é propriedade de um produtor rural, com a intenção de inseminar o seu próprio rebanho.
- Vendidas para cliente final – são aquelas doses comercializadas por empresas de genética e destinadas a inseminação de matrizes em seus rebanhos.
No caso das vendas de PS, o levantamento apontou um avanço de 8% na comercialização das doses durante o primeiro, em comparativo ao mesmo período de 2021. Um ponto de atenção é que esta modalidade, em grande parte, é destinada ao mercado de raças de corte e que, por sua vez, foram responsáveis por 97% das doses entregues.
Abordando o seguimento de vendas para o cliente final, este representou 95% do total de doses entregues pelo mercado interno, apresentando assim uma queda de 7% entre os meses de janeiro e março de 2021 e 2022. Em números absolutos, essa redução foi de 4,34 milhões de doses para 4,05 milhões, com queda de 6% na pecuária de corte e 10% na pecuária leiteira.
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Apesar dos números apontarem uma queda no volume de vendas durante o período abordado, é possível notar que os criadores nacionais tem buscado a recomposição de seus rebanhos e também o melhoramento genético de seus plantéis. A expectativa para o segundo trimestre de 2022 é de que a venda de doses de sêmen se mantenha firme devido a alta demanda externa pela carne brasileira, assim como o crescente interesse pela genética nacional e pela influência da sazonalidade das estações de monta no Brasil.