A produção de carne no Brasil deve atingir 29,6 milhões de toneladas neste ano, segundo projeção da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Se confirmada, esta será a maior produção da série histórica.
Com isso, o preço das carnes bovina, suína e aves deve apresentar queda para os consumidores brasileiros. A Companhia também prevê recorde para as exportações, ultrapassando os 9 milhões de toneladas.
Mesmo com a alta nos embarques, a disponibilidade de carnes no mercado doméstico deve ser elevada em 2,4%, prevista em 20,44 milhões de toneladas, a segunda maior da série.
Segundo o presidente da Conab, Edegar Pretto, o aumento na produção de carnes vai refletir na redução de preços para os consumidores brasileiros.
“Mais produto no mercado significa menor preço para os consumidores. Temos expectativa de que, para aqueles que gostam de consumir carne, possivelmente vai ter um aumento da proteína animal na mesa do povo brasileiro, especialmente o churrasco, que não é só uma comida para o nosso povo, faz parte da nossa cultura”, disse Pretto em entrevista no programa A Voz do Brasil.
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Produção de carne no Brasil
O setor de suínos no Brasil está prestes a atingir um novo recorde em produção. Para o ano de 2023, a expectativa é de que a produção alcance 5,32 milhões de toneladas, representando um aumento de 2,7% em relação ao ano anterior. Esse volume seria o maior já registrado no país.
Com essa significativa quantidade de carne suína produzida, as exportações também devem crescer, estimando-se um aumento de 10,1%, o que corresponde a 1,22 milhões de toneladas. Surpreendentemente, essa expansão nas vendas para outros países não deve afetar a disponibilidade interna, pois está previsto um leve aumento de 0,6% no mercado doméstico, atingindo 4,12 milhões de toneladas.
Gabriel Rabello, gerente de Fibras e Alimentos Básicos da Conab, destaca o crescimento das vendas externas e a redução da dependência do mercado chinês. O Brasil tem conquistado novos mercados, e isso é refletido na queda do percentual de carne suína exportada para a China, que passou de mais de 50% em 2020 para 37% no primeiro semestre do ano atual. Hong Kong, Filipinas, Chile e Cingapura têm se mostrado como importantes compradores da carne suína brasileira, e a abertura dos mercados do México e Canadá oferecem novas oportunidades para os exportadores do país.
Em relação à produção do setor de bovinos, a previsão é de cerca de 9 milhões de toneladas. Esse aumento já era esperado devido ao ciclo pecuário, que resulta em um maior abatimento de fêmeas e, consequentemente, em uma oferta mais elevada de carne no mercado. Contudo, as projeções projetadas para 2023 são de 2,91 milhões de toneladas, apresentando uma redução de 3,3% em comparação com o ano anterior, sendo impactadas por embarques mais lentos no início do ano. Por outro lado, a disponibilidade de carne bovina no mercado doméstico tende a aumentar consideravelmente, com um incremento de 8,6%, atingindo um total de 6,23 milhões de toneladas.
Para o setor avícola, as projeções indicam uma produção robusta de 15,21 milhões de toneladas, marcando o segundo maior volume da série histórica. A boa performance da produção local e os casos de gripe aviária relatados em países da Europa, Japão, Estados Unidos e outros locais têm impulsionado a busca pela carne brasileira. É importante ressaltar que os casos de influenza aviária detectados no Brasil foram restritos a aves silvestres, não afetando aves comerciais, como destaca Rabello.
Diante dessa conjuntura favorável, as exportações tendem a crescer em torno de 10,2%, atingindo um volume impressionante de 5,12 milhões de toneladas, configurando um novo recorde para o país nesse segmento. O Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) informa que apenas nos primeiros 15 dias úteis de julho já foi observado um aumento de 10% nas vendas ao mercado externo, reforçando o otimismo quanto ao desempenho das exportações avícolas brasileiras.