A Embrapa e o Conselho Nacional de Pesquisa (CNR) da Itália assinaram, na terça-feira (14/3), um memorando de entendimento (MoU) com o objetivo de promover e apoiar a cooperação científica na agricultura entre as duas instituições.
Esse acordo tem como objetivo estabelecer projetos conjuntos de intercâmbio de pesquisas nos próximos cinco anos, abrangendo áreas como recursos naturais, biodiversidade e mudanças climáticas, biotecnologia, nanotecnologia, agricultura de precisão e tecnologias de informação, inteligência artificial aplicada à agricultura, sanidade animal e vegetal, sistemas de produção e blockchain, agroindústria, segurança alimentar e competitividade agrícola.
Além disso, essa iniciativa representa mais um passo para fortalecer parcerias bilaterais entre Brasil e Itália, como a já estabelecida entre a Embrapa Instrumentação, e o Instituto de Materiais Nanoestruturados (ISMN), do CNR. A assinatura ocorreu na sede da Embrapa em Brasília, com a presença do presidente da Empresa, Celso Moretti, da presidente da CNR, Maria Chiara Carrozza, e do embaixador da Itália, Francesco Azzarello.
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Moretti explicou que essa parceria é de grande importância estratégica para o desenvolvimento de pesquisas e inovação agropecuária, visando o aumento da sustentabilidade e competitividade por meio de projetos conjuntos e intercâmbio de pesquisadores.
Já a presidente do CNR destacou o grande potencial de possibilidades de cooperação, especialmente nas áreas de transição ecológica, biodiversidade e áreas protegidas. Ela ressaltou que esses aspectos são essenciais para o desenvolvimento de uma nova agricultura que possua circularidade e conectividade com o conceito de sustentabilidade ambiental.
“As tecnologias desenvolvidas na Itália e no Brasil podem ser compartilhadas, e ainda envolver outros países, como os do continente africano e do Oriente Médio”, afirmou.
O embaixador italiano, Francesco Azzarello, também discursou na ocasião e caracterizou a Embrapa como a materialização do sucesso do Brasil como líder mundial no setor agropecuário.
Foco da cooperação científica na agricultura entre Embrapa e CNR

A cooperação entre a Embrapa e o ISMN do CNR está focada na aplicação de nanotecnologia para o desenvolvimento de tecnologias que reduzam o impacto ambiental.
A parceria começou em maio de 2021, com projetos voltados à recuperação de rejeitos de minério e nanomateriais cerâmicos sintéticos. Além disso, estão sendo desenvolvidos nanocompósitos para aplicações no agronegócio na forma de membranas biodegradáveis, bactericidas e com proteção no ultravioleta visível.
A Embrapa está interessada em formalizar um acordo geral de cooperação para ampliar a abrangência para novas áreas de pesquisa e unidades
Vale destacar que o CNR é o principal órgão de fomento à pesquisa na Itália, semelhante ao CNPq brasileiro, que visa gerar conhecimento de ponta nas áreas de fabricação química e ciência e tecnologia de materiais, voltado às áreas industrial e empresarial.