O fogo na Terra Yanomami, em Roraima, registrou queda de 62% no acumulado dos de janeiro e fevereiro deste ano, em relação ao mesmo período do ano anterior. Os dados são do Monitor do Fogo, que para monitorar o impacto das queimadas no território nacional.
O MapBiomas, em parceria com o Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), divulgou os dados na quarta-feira (15/3). No início deste ano, as queimadas atingiram 211 hectares da área, em contraste com os 557 hectares atingidos no primeiro bimestre de 2022.
A diretora de Ciência do Ipam e coordenadora do MapBiomas Fogo, Ane Alencar, atribuiu a diminuição da área queimada à retomada da presença do Estado no território, após uma crise humanitária enfrentada pelos yanomamis ganhar repercussão internacional.
“Segundo o Monitor do Fogo, apesar de Roraima ter sido o [estado] que mais queimou na Amazônia no período deste ano, houve uma redução que foi ainda maior na Terra Indígena Yanomami. É possível avaliar essa mudança como uma consequência do reaparecimento do Estado na região e de uma governança que foi reinaugurada para o cumprimento da lei”, aponta a especialista.
Estados mais atingidos pelo fogo no Brasil
Dados recentes do Monitor do Fogo mostram que a Amazônia foi o bioma mais atingido pelo fogo no Brasil nos primeiros dois meses de 2023, com Roraima, Mato Grosso e Pará liderando a extensão de áreas atingidas. Em Roraima, foram queimados 259 mil hectares este ano, o que representa 48% da área queimada em todo o país. No entanto, o estado com a maior reserva indígena teve menos queimadas este ano do que nos primeiros dois meses do ano passado, quando foram queimados 470 mil hectares.
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No total, a área queimada na Amazônia nos primeiros dois meses de 2023 é quatro vezes maior que a área de Belém, capital do Pará, e representa 90% de todos os focos de fogo registrados no país. No entanto, a área queimada no Brasil nos dois primeiros meses deste ano foi 28% menor do que a registrada no mesmo período do ano passado, totalizando 536 mil hectares.
Garimpo na Terra Yanomami
Os yanomami têm sido afetados pelo garimpo ilegal em suas terras, o que gerou destruição ambiental, contaminação da água dos rios, disseminação de doenças como malária e pneumonia, e violência. Embora a situação seja histórica, a situação piorou ao longo dos últimos quatro anos.
Desde janeiro deste ano, uma operação interministerial tem sido realizada na região, após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva emitir um decreto de emergência em saúde pública, com o objetivo de desmantelar o garimpo ilegal, expulsar os invasores e melhorar o atendimento de saúde aos indígenas.
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*Com informações da Agência Brasil