A Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas de 2023 (COP28) iniciou nesta quinta-feira (30/11), em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos.
O evento deve reunir representantes de ao menos 200 países e aproximadamente 70 mil pessoas.
Na ocasião, ainda deve ser apresentado pela primeira vez um balanço global de como cada país deve estar atuando para cumprir o Acordo de Paris, no que se trata sobre o aquecimento global.
Avaliações na COP28
Pela primeira vez desde o Acordo de Paris, serão avaliadas as contribuições dos países para a redução do aquecimento da terra. A análise também deve servir de base para a COP30, em 2025, quando o Acordo de Paris completará 10 anos e está prevista a adoção de novas medidas para mitigar o aquecimento da terra.
“A COP 28 faz uma revisão do que foi proposto nas edições passadas e verifica como cada país tem evoluído. Ela é uma prestação de contas de cada país”, ressaltou Pedro Côrtes, professor do Instituto de Energia e Ambiente da Universidade de São Paulo (USP).
O professor destaca ainda que durante o evento, os representantes dos países vão tentar explicar os motivos, mas que já foi percebido que alguns países como os Estados Unidos e a China, acabaram não abraçando as causas.
Conforme o relatório anual divulgado no último dia 20 de novembro, o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), informou que o mundo pode apresentar aumento da temperatura chegando em até 2,9°C. Sendo assim, o número é quase o dobro do limite fixado pelo Acordo de Paris.
“É a maior quantidade jamais registrada. Salvo o setor do transporte, todos os demais setores repuseram inteiramente as quedas de emissões causadas pela pandemia de covid-19 e agora já superam os níveis de 2019”, diz a Organização das Nações Unidas (ONU).
Emissões de gases do efeito estufa
Atualmente as emissões de gases do efeito estufa, como o dióxido de carbono (CO2) e metano (CH4), são responsáveis pelo aquecimento da terra e impulsionam a atual crise climática, que sempre é marcada por eventos extremos, como o calor excessivo e as secas prolongadas.
Com base no levantamento, os gases do efeito estufa lançados na atmosfera está aumentando desde a Revolução Industrial, nos séculos 18 e 19, principalmente por meio da queima de combustíveis fósseis.
No Acordo de Paris, em 2015, ao menos 195 países se comprometeram a combater o aquecimento global “em bem menos de 2°C acima dos níveis pré-industriais”, buscando assim limitá-los a 15°C, como prevê o Acordo.
Por sua vez, o Brasil comprometeu reduzir até 2030, em 43% a emissão dos gases do efeito estufa em relação aos níveis de 2005.