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Bioinsumo à base de mandacaru pode reduzir perdas da soja com a seca

Bactéria encontrada em planta da Caatinga é a matéria-prima do bioproduto que traz tolerância à seca; tecnologia se inspira nas árvores da região para resistir ao estresse hídrico.

Por Janaina Honorato
Publicado em 18/01/2024 às 20:43
Atualizado em 18/01/2024 às 20:44
Tecnologia é à base do mandacaru da Caatinga que se associa a microrganismos para tolerar seca.

Tecnologia é à base do mandacaru da Caatinga que se associa a microrganismos para tolerar seca. Foto: Embrapa Meio Ambiente

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Um bioinsumo desenvolvido pela Embrapa Meio Ambiente em parceria com a empresa NOOA Ciência e Tecnologia Agrícola pode reduzir perdas da soja e outros grãos com a seca, graças à matéria-prima que é o mandacaru da Caatinga.

O bioproduto Auras é resultado de mais de 12 anos de pesquisa e já é usado no milho para combater o estresse hídrico nas plantas, mas também é capaz de reduzir os efeitos causados pelas estiagens prolongadas na soja e trigo, minimizando riscos e em alguns casos potencializando a produção.

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Cientistas brasileiros desenvolveram uma embalagem inteligente que muda de cor à medida que o alimento se degrada. O projeto foi conduzido por pesquisadores da Embrapa Instrumentação (SP), em colaboração com a Embrapa Agroindústria de Alimentos (RJ) e a Universidade de Illinois, em Chicago (EUA). A base da inovação são pigmentos naturais extraídos do repolho roxo. Embalagem inteligente A técnica utilizada, chamada de fiação por sopro em solução, permitiu a produção de mantas compostas por nanofibras com propriedades sensíveis à deterioração dos alimentos. Essa embalagem interativa reage quimicamente às substâncias emitidas pelo alimento em decomposição, alterando sua cor em tempo real. Em testes com filé de merluza, a manta apresentou excelente desempenho, mudando de roxo para azul conforme o peixe perdia a qualidade. Nos primeiros estágios, a embalagem mantinha a coloração roxa, indicando um produto ainda fresco. Após um dia, essa tonalidade começou a desbotar. Em 48 horas, surgiram tons azul-acinzentados, e, ao final de 72 horas, o azul predominante apontava para a deterioração completa do peixe, tudo isso sem a necessidade de abrir a embalagem. Segundo os especialistas da Embrapa, essas mantas de nanofibras funcionam como sensores visuais, capazes de indicar, com precisão, o frescor de peixes e frutos do mar. No entanto, os pesquisadores ressaltam que ainda é preciso ampliar os testes para outras espécies e produtos alimentícios.  Eletrofiação A técnica de fiação por sopro em solução (SBS, do inglês Solution Blow Spinning), empregada no estudo, surgiu em 2009 a partir de uma parceria entre a Universidade Federal da Paraíba (UFPB), a Embrapa Instrumentação e o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). Diferentemente da eletrofiação, que é mais demorada, cara e limitada em termos de produção, a SBS forma nanofibras em até duas horas sem necessidade de altas voltagens. As nanofibras geradas têm dimensão inferior a um milésimo de milímetro e podem compor materiais semelhantes a tecidos. A pesquisa, supervisionada pelo cientista Luiz Henrique Capparelli Mattoso, também contou com participação da Universidade de Illinois. Durante o desenvolvimento, foram utilizados pigmentos conhecidos como antocianinas, substâncias naturais encontradas em vegetais, flores e frutas que apresentam cores variadas e reagem às mudanças de pH. Extraídas de resíduos de repolho roxo, as antocianinas demonstraram ser ótimos indicadores de deterioração. No total, mais de dez pigmentos vegetais foram testados. Ao serem integradas ao polímero biodegradável policaprolactona, as antocianinas mostraram excelente capacidade de detectar alterações químicas associadas à degradação do peixe. O pesquisador Josemar Gonçalves de Oliveira Filho, responsável pelo desenvolvimento da manta em seu pós-doutorado, destaca o potencial de ampliar o uso dessa tecnologia para outras embalagens alimentares. Segundo ele, embora haja registros de estudos com antocianinas em materiais inteligentes, seu uso em nanofibras ainda é pouco explorado.

Tecnologia brasileira cria embalagem inteligente que muda de cor ao detectar alimento estragado

Ferramenta deve identificar áreas prioritárias para recuperação ambiental

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Microrganismos são capazes de hidratar as raízes, respondendo melhor à escassez de água.
Microrganismos são capazes de hidratar as raízes, respondendo melhor à escassez de água. Foto: Divulgação

Bioinsumo que reduz perdas da soja na seca

A tecnologia é feita à base das raízes do mandacaru (Cereus jamacaru), cacto bem conhecido no Semiárido, que associa microrganismos para tolerar o estresse hídrico. O bioinsumo Auras é feito a partir da bactéria Bacillus aryabhattai, presente nos solos da Caatinga.

Amostras foram coletadas ao longo da Caatinga, em cinco estados: Bahia, Ceará, Piauí, Paraíba e Rio Grande do Norte. Os pesquisadores perceberam que o período de amostragem, chuvoso ou seca, foi o principal fator de alteração na estrutura das comunidades bacterianas, o que permitiu identificar potenciais microrganismos responsáveis pela resiliência ao estresse hídrico.

Para que os microrganismos cheguem às plantas, é feito um procedimento simples na hora de plantar: as bactérias são misturadas às sementes no plantio, em uma suspensão líquida, que pode ser água.

Segundo o pesquisador da Embrapa e líder da pesquisa, Itamar Soares de Melo, os microrganismos são capazes de hidratar as raízes e atuam na fisiologia dos vegetais, fazendo com que respondam melhor à escassez de água.

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Bioinsumo Auras é feito com a bactéria Bacillus aryabhattai, presente nos solos do Semiárido.
Bioinsumo Auras é feito com a bactéria Bacillus aryabhattai, presente nos solos do Semiárido. Foto: NOOA

Ação do bioinsumo

Ele explica que as bactérias tolerantes à seca, ao colonizar o sistema radicular das plantas sob estresse abiótico, produzem substâncias que hidratam as raízes, chamadas exopolissacarídeos. O Auras estimula a produção de um sistema radicular mais ativo e profundo, com maior volume de radicelas, proporcionando maior absorção de água.

O aumento de temperatura na planta acima de 30°C traz efeitos negativos na fotossíntese, o que afeta diretamente a produtividade. Com o bioativo, o aproveitamento da água e sua absorção são maximizados, possibilitando à planta melhor controle da temperatura foliar e, consequentemente, uma redução do estresse térmico, em comparação com as lavouras que não utilizam a solução.

Para o diretor técnico da NOOA, Carlos Marcelo Soares, o uso da tecnologia permitiu que as plantas inoculadas sentissem o efeito da estiagem dias mais tarde que as plantas sem a tecnologia, contribuindo para o desenvolvimento dos cultivos em que a solução foi aplicada.

Em entrevista ao Canal Rural, Lucas Carvalho, coordenador de edução de capacitação técnica da NOOA, afirmou que o bioproduto reduz perdas na soja por conta da estiagem de duas a dez sacas, quando aplicado como método preventivo no momento do plantio, dependendo do impacto do ambiente com a genética da planta.

“Esse microrganismo precisa de pouca água para sobreviver, então eles [Embrapa] conseguiram realizar esse isolamento, e estudaram isso nas diversas culturas e hoje nós temos a validação para o produtor usar isso como um fator de proteção na lavoura dele”, conta.

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Tags: bioinsumoEmbrapa Meio AmbientemandacarumicrorganismosNOOAperdaspesquisareduçãosecasoja

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