A Petrobras e a Embrapa vão se unir para desenvolver produtos de baixo carbono, incluindo biocombustíveis, química verde e fertilizantes para impulsionar a produção de bioenergia.
O termo de cooperação, que foi assinado nesta sexta-feira (6/9), no Rio de Janeiro (RJ), buscar estudar e fabricar matérias-primas renováveis para obtenção desses produtos.
Parceria para produtos de baixo carbono e fertilizantes
A parceria envolve o desenvolvimento pela Petrobras de soluções tecnológicas e a implantação de unidades industriais para produção de biocombustíveis e bioprodutos como fertilizantes.
Já a Embrapa, desenvolverá um protocolo de culturas agrícolas de baixo carbono, como a soja, envolvendo técnicas racionais, como a certificação.
O termo de cooperação também inclui o desenvolvimento de culturas alternativas à soja, culturas de entressafra e consorciadas, como o milho safrinha, carinata (espécie de oleaginosa), entre outras, que são opções para agroenergia nos diferentes biomas e sistemas de produção do país.
Segundo a presidente da Petrobras, Magda Chambriar, o objetivo é fazer a diversificação e trazer o acesso a matérias-primas com sustentabilidade, qualidade e custo justo para alcançar o sucesso da iniciativa.
Além disso, a companhia quer ofertar produtos fertilizantes para aumentar a disponibilidade no mercado nacional, atendendo as metas do Plano Nacional de Fertilizantes.
Para a presidente da Embrapa, Silvia Massruhá, a ideia é diversificar as soluções para os produtores rurais e para políticas públicas nacionais e internacionais, principalmente em bioeconomia e desenvolvimento sustentável.
Independência de produção de fertilizantes
A parceria é focada em diminuir a dependência brasileira da importação de matérias-primas de fertilizantes. Nos últimos anos, o Brasil tem importado mais de 80% do NPK que utiliza para a produção de alimentos.
De acordo com Clenio Pillon, diretor de Pesquisa e Inovação da Embrapa, essa realidade da dependência de fertilizantes e também da energia mostra que o país tem segurança alimentar, mas não soberania alimentar.
A iniciativa vai fomentar o desenvolvimento de novos fertilizantes e fazer a inserção no mercado do agronegócio, como: fertilizantes com base em ureia de maior valor agregado, fertilizantes mistos, adubos com granulometria diferenciada e novos insumos sustentáveis com menor impacto ambiental.
O resultado será produtos fertilizantes adaptados às culturas e solos do país, que permitirão safras com maior produtividade. A cooperação também abordará temas como o biometano e biogás no contexto do Plano Setorial para Adaptação à Mudança do Clima e Baixa Emissão de Carbono na Agropecuária.
Retomada de fábrica de fertilizantes
O investimento em fertilizantes voltou a fazer parte do portfólio da Petrobras, de acordo com o Plano Estratégico (PE) 2024-2028. A empresa anunciou, em agosto, a retomada das atividades da fábrica de fertilizantes Araucária Nitrogenados S.A. (ANSA), em Araucária (PR), que começa a sua operação para produção de ureia, ARLA 32 (Agente Redutor Líquido Automotivo) e Amônia em território nacional já no primeiro semestre de 2025.