Portal Agro2
Sem resultado
Ver todos os resultados
Portal Agro2
Sem resultado
Ver todos os resultados
Portal Agro2
Sem resultado
Ver todos os resultados

Tecnologia desenvolve materiais eletrônicos à base de casca e folhas de árvores

Pesquisa abre caminho para a geração de eletrônicos ecológicos e de baixo custo com uso do grafeno verde.

Por Janaina Honorato
Publicado em 02/03/2023 às 14:21
Tecnologia desenvolve materiais eletrônicos à base de casca e folhas de árvores.

Tecnologia desenvolve materiais eletrônicos à base de casca e folhas de árvores. Foto: Embrapa Instrumentação

Share on FacebookShare on Twitter

Cientistas brasileiros e portugues estão desenvolvendo a tecnologia do grafeno induzido por laser verde (gLIG), um produto que é condutor de calor, eletricidade, 200 vezes mais resistente que o aço e pode ser usado na fabricação de materiais eletrônicos simples, sustentáveis e de baixo custo, feito de fontes renováveis de madeira como: cortiça, celulose, casca e folhas de árvore.

O grafeno é leve, flexível, quase transparente e pode provocar uma revolução tecnológica na indústria eletrônica. O estudo foi publicado na revista Applied Physics Reviews. A inovação pode contribuir para a redução do lixo eletrônico, também conhecido como lixo computacional, dispositivos que são alimentados por eletricidade ou baterias.

LEIA TAMBÉM

Cientistas brasileiros desenvolveram uma embalagem inteligente que muda de cor à medida que o alimento se degrada. O projeto foi conduzido por pesquisadores da Embrapa Instrumentação (SP), em colaboração com a Embrapa Agroindústria de Alimentos (RJ) e a Universidade de Illinois, em Chicago (EUA). A base da inovação são pigmentos naturais extraídos do repolho roxo. Embalagem inteligente A técnica utilizada, chamada de fiação por sopro em solução, permitiu a produção de mantas compostas por nanofibras com propriedades sensíveis à deterioração dos alimentos. Essa embalagem interativa reage quimicamente às substâncias emitidas pelo alimento em decomposição, alterando sua cor em tempo real. Em testes com filé de merluza, a manta apresentou excelente desempenho, mudando de roxo para azul conforme o peixe perdia a qualidade. Nos primeiros estágios, a embalagem mantinha a coloração roxa, indicando um produto ainda fresco. Após um dia, essa tonalidade começou a desbotar. Em 48 horas, surgiram tons azul-acinzentados, e, ao final de 72 horas, o azul predominante apontava para a deterioração completa do peixe, tudo isso sem a necessidade de abrir a embalagem. Segundo os especialistas da Embrapa, essas mantas de nanofibras funcionam como sensores visuais, capazes de indicar, com precisão, o frescor de peixes e frutos do mar. No entanto, os pesquisadores ressaltam que ainda é preciso ampliar os testes para outras espécies e produtos alimentícios.  Eletrofiação A técnica de fiação por sopro em solução (SBS, do inglês Solution Blow Spinning), empregada no estudo, surgiu em 2009 a partir de uma parceria entre a Universidade Federal da Paraíba (UFPB), a Embrapa Instrumentação e o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). Diferentemente da eletrofiação, que é mais demorada, cara e limitada em termos de produção, a SBS forma nanofibras em até duas horas sem necessidade de altas voltagens. As nanofibras geradas têm dimensão inferior a um milésimo de milímetro e podem compor materiais semelhantes a tecidos. A pesquisa, supervisionada pelo cientista Luiz Henrique Capparelli Mattoso, também contou com participação da Universidade de Illinois. Durante o desenvolvimento, foram utilizados pigmentos conhecidos como antocianinas, substâncias naturais encontradas em vegetais, flores e frutas que apresentam cores variadas e reagem às mudanças de pH. Extraídas de resíduos de repolho roxo, as antocianinas demonstraram ser ótimos indicadores de deterioração. No total, mais de dez pigmentos vegetais foram testados. Ao serem integradas ao polímero biodegradável policaprolactona, as antocianinas mostraram excelente capacidade de detectar alterações químicas associadas à degradação do peixe. O pesquisador Josemar Gonçalves de Oliveira Filho, responsável pelo desenvolvimento da manta em seu pós-doutorado, destaca o potencial de ampliar o uso dessa tecnologia para outras embalagens alimentares. Segundo ele, embora haja registros de estudos com antocianinas em materiais inteligentes, seu uso em nanofibras ainda é pouco explorado.

Tecnologia brasileira cria embalagem inteligente que muda de cor ao detectar alimento estragado

Ferramenta deve identificar áreas prioritárias para recuperação ambiental

Ferramenta deve identificar áreas prioritárias para recuperação ambiental

“O grafeno induzido por laser (LIG) abre a possibilidade de produção simples, econômica e escalável de componentes tecnológicos”, relata o engenheiro de materiais Pedro Ivo Cunha Claro, um dos autores do artigo escrito durante sua pós-graduação na Universidade de São Carlos (UFSCar) e a Universidade NOVA de Lisboa (UNL).

Os pesquisadores afirmam que nos últimos anos os estudos estão cada vez mais focados sobre o grafeno induzido por laser verde (gLIG), para integrar a várias aplicações eletrônicas, como supercapacitores, sensores, eletrocatalisadores e nanogeradores triboelétricos.

“As técnicas de processamento assistido por laser surgiram como ferramentas poderosas para uma infinidade de aplicações, desde o processamento de materiais até a fabricação de dispositivos”, afirma Claro, que atualmente é analista de Desenvolvimento Tecnológico do Centro Nacional de Pesquisas em Energia e Materiais ( CNPEM ) em Campinas , SP .

  • Inovação: Embrapa analisa uso da tecnologia metaverso voltada para o agronegócio

Tecnologia conta com pesquisadores da Embrapa

gLIG é um material emergente e sustentável, obtido com a técnica de escrita direta a laser (LDW).
gLIG é um material emergente e sustentável, obtido com a técnica de escrita direta a laser (LDW). Foto: Embrapa Instrumentação

Além de Pedro Claro, o paper é da autoria dos pesquisadores da Embrapa Instrumentação , Luiz Henrique Capparelli Mattoso e José Manoel Marconcini, e da professora Elvira Maria Fortunato, da Universidade Nova de Lisboa (UNL), atual ministra da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior de Portugal.

Mattoso, afirma que as recentes descobertas abrem caminho para a fabricar eletrônicos verdes escaláveis ​​e de baixo custo.

“É possível aplicar gLIG em diferentes substratos, visando o desenvolvimento de materiais eletrônicos comestíveis e vestíveis. A gLIG pode ser extraída de restos de madeira, folhas, cortiça e carvão, e outras fontes naturais, permitindo o desenvolvimento de plataformas flexíveis e sustentáveis ​​como alternativa às tecnologias convencionais”, afirma o pesquisador.

“Conseguimos usar a tecnologia LIG para projetar circuitos à base de grafeno convertendo cadeias de carbono associadas a qualquer biopolímero ou material celulósico, o que se traduz em uma grande melhoria nos recursos necessários para desenvolver bioeletrônica sustentável que contribui para o bem-estar dos cidadãos e conforto”, relata o coordenador do Centro de Pesquisa de Materiais da UNL (Cenimat), Rodrigo Martins.

  • Tecnologia: Biorreator de compostagem pode trazer avanços para o mercado de fertilizantes

Grafeno e gLIG

gLIG pode ser extraída de restos de madeira, folhas, cortiça e carvão, e outras fontes naturais.
gLIG pode ser extraída de restos de madeira, folhas, cortiça e carvão, e outras fontes naturais. Foto: Reprodução/Embrapa

O material mais fino do mundo, o grafeno é produzido a partir do grafite; é um cristal bidimensional formado por ligações entre átomos de carbono, dispostos em estruturas hexagonais semelhantes a um favo de mel. O Brasil é um grande produtor de grafite e detentor de uma das maiores reservas mundiais do mineral.

Já o gLIG é um material emergente e altamente sustentável, obtido por uma técnica chamada escrita direta a laser (LDW) – fabricação tridimensional (3D) a partir de substratos naturais, que oferece versatilidade geométrica significativa que atinge escalas de comprimento micrométricas.

Essa nova tecnologia é desenvolvida em temperatura ambiente, sem nenhum tipo de reagente.

A escrita direta a laser (LDW), como é conhecida, é um método de abordagem sem máscara, sem catalisador, atóxico, controlável e sem contato, que permite o processamento rápido, direto e eficiente de estruturas complexas. Essa técnica se assemelha a um tipo de ataque químico baseado em reações fototérmicas, transformando a superfície gravada em um material de interesse tecnológico.

  • Pesquisa: Inteligência artificial identifica doenças em plantas simulando processo cerebral
Tags: árvoresgrafeno verdemateriais eletrônicostecnologia

Notícias relacionadas

Tecnologia revoluciona o mapeamento automático de viveiros escavados no Brasil

Tecnologia revoluciona o mapeamento automático de viveiros escavados no Brasil

A Embrapa, em parceria com outras instituições, está utilizando uma nova metodologia para mapear viveiros escavados, um modelo de produção...

Primeiro equipamento digital brasileiro mede a permeabilidade do solo

Primeiro equipamento digital brasileiro mede a permeabilidade do solo

Um novo equipamento pretende melhorar a medição da permeabilidade do solo influenciando áreas como a agricultura e a infraestrutura urbana....

Tecnologia inovadora permite monitoramento remoto da temperatura corporal de bovinos

Tecnologia inovadora permite monitoramento remoto da temperatura corporal de bovinos

A Embrapa Gado de Corte (MS) e a Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) criaram uma tecnologia para...

Embrapa lança novas tecnologias para o mercado de agricultura digital; confira

Embrapa lança novas tecnologias para o mercado de agricultura digital; confira

A Embrapa Agricultura Digital lançou duas novas tecnologias e disponibilizou outras três para validação junto a usuários na plataforma AgroAPI,...

logomarca Agro2

Plantando ideias. Colhendo soluções.

Notícias sobre agronegócio e safras, dicas de manejo da terra e de como melhorar sua produção agropecuária.

CONHEÇA

  • Home
  • Quem somos
  • Expediente
  • Comercial
  • Podcast AGRO2
  • Contato

PRIVACIDADE

  • Política de Privacidade
  • Política de Segurança LGPD
  • Termos de Uso
  • Cookies

REDES SOCIAIS

PODCASTS

INSCREVA-SE
em nossa newsletter

© 2024 Portal AGRO2

Sem resultado
Ver todos os resultados
  • Últimas notícias
  • Agricultura
  • Agronegócio
  • Dicas
  • Economia
  • Meio Ambiente
  • Pecuária
  • Podcast
  • Política
  • Tecnologia
  • Contato
    • Quem somos
    • Comercial
    • LGPD
    • Política de Privacidade

© 2022 Agro2 - Plantando ideias. Colhendo soluções.