Os custos de produção da soja Intacta – tecnologia que cria um tipo transgênico para melhorar a produtividade agrícola – registraram alta em Mato Grosso, principal estado produtor da cultura no país e, também no Paraná entre julho e agosto de 2024.
O aumento dos insumos é principalmente para compra de fertilizantes, é o que aponta os dados do Projeto Campo Futuro da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA/Senar).
Custos de produção da soja 2024
O levantamento feito até agosto deste ano mostra que, o Custo Operacional Efetivo (COE) registrou aumento de preços, impulsionado pelas compras de fertilizantes, com 5,75% de crescimento no Paraná e 5,36% em Mato Grosso.
A alta foi atenuada pelos preços de defensivos agrícolas, em que se teve uma queda de 0,02% no Paraná e 1,47% em Mato Grosso.
Os valores absolutos em reais indicam a necessidade de compromissos elevados, diante de um cenário de incertezas que podem influenciar tanto a produtividade quanto os preços de comercialização.
Com isso, o COE da soja Intacta nas praças acompanhadas no Projeto Campo Futuro, subiu 0,68% no Paraná e 1,43% em Mato Grosso, entre julho e agosto.
Dependência do Brasil de insumos estrangeiros
O Brasil é o quarto maior consumidor de fertilizantes do mundo, depois da China, Índia e Estados Unidos. O país é também o maior importador mundial de NPK (nitrogênio, fósforo e potássio).
Os custos poderiam ser menores, se o mercado nacional oferecesse produtos fabricados aqui no Brasil. Entretanto, com a forte dependência na importação de fertilizantes, o país importa mais de 80%.
Segundo os especialistas, o Brasil não deveria ter uma vulnerabilidade nesse tema, pois esse insumo é um dos principais fatores para a produção agrícola.
“Ficamos na mão de quem produz o fertilizante e isso não é possível. Se queremos continuar sendo um grande país exportador precisamos ter um mínimo de produção a fim de garantir um pouco da nossa segurança”, analisa Daniel Vidal Pérez, o chefe geral da Embrapa Solos (Rio de Janeiro-RJ).