A importação brasileira de fertilizantes caiu 10% no Brasil em 2022, por conta das dificuldades de logística e de compra provocadas pelo conflito no Leste Europeu, entre Rússia e Ucrânia, que são dois importantes fornecedores dos insumos.
O mercado brasileiro comprou mais de 41,07 milhões de toneladas em 2022, diante dos 45,85 milhões adquiridos em 2021. No entanto, a Associação Nacional de Difusão de Adubos (Anda) afirma que a demanda agrícola do país foi atendida.
Em dezembro de 2022, comparado ao mesmo mês do ano anterior, a compra desses insumos cresceu 1,4%, sendo 3,36 milhões de toneladas, ante 3,31 milhões.
Estados brasileiros na importação de fertilizantes
O estado de Mato Grosso lidera o ranking de compra de fertilizantes, representando 24,4% do mercado em 2022, com 10,02 milhões de toneladas, sendo também o maior produtor de grãos do Brasil.
Goiás vem na sequência com 4,63 milhões; seguido de Rio Grande do Sul que ficou com 4,32 milhões; Paraná (4,20 milhões); São Paulo (4,17 milhões); e Minas Gerais (3,88 milhões).
Desafios do mercado nacional de fertilizantes
O mercado mundial de fertilizantes tem enfrentado desafios, nos últimos anos, primeiro por falta de oferta com a pandemia da covid-19, alta do gás natural e o conflito entre Rússia e Ucrânia.
Segundo Mauro Osaki, pesquisador da área de Custos Agrícolas do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), a consequência desses fatores principalmente da guerra, foi a valorização dos principais fertilizantes intermediários no mercado.
Mas no final do ano passado, com a oferta dos fertilizantes ajustada, os preços médios insumos e voltaram a registrar índices de 2021.
O Brasil tem grande dependência externa de fertilizantes intermediários. Até novembro de 2022, a quantidade de fertilizantes no mercado nacional somou 37,72 milhões de toneladas, 11,3% menor que no mesmo período de 2021, sendo 86% desse volume importado, segundo dados da Anda.
Os principais fertilizantes intermediários importados estão: o cloreto de potássio, que representa, em média, 38% do total importado nos últimos cinco anos, de 2017 a 2021; seguido pela ureia, com participação de 22%, do MAP, com 14%, do sulfato de amônio, 9%, e do nitrato de amônio, 6%.
Osaki aponta que o cenário é de alerta, pela quantidade produzida de produtos e a necessidade de fertilizantes, cuja produção nacional evoluiu pouco nos últimos anos. Mas, o Plano Nacional de Fertilizantes pode auxiliar na redução da dependência estrangeira. O especialista afirma que a produção nacional de fertilizantes é questão estratégica.