Após o preço dos fertilizantes atingir altas históricas, o setor está comemorando uma redução de até 70% no custo do insumo, permitindo igualar a demanda para 2023 e com perspectivas de superar o recorde de produção de 46,4 milhões de toneladas registrado em 2021.
A Associação Nacional de Difusão de Adubos (ANDA) apresentou uma perspectiva otimista em uma reunião no Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), e o ministro Carlos Fávaro ressaltou que o maior beneficiado poderá ser o consumidor final, com alimentos mais baratos nas prateleiras dos supermercados.
O ministro explicou que a guerra na Ucrânia, iniciada ano passado, aumentou o preço dos fertilizantes e, por consequência, o custo de produção dos alimentos, o que acabou deixando a comida mais cara.
Contudo, o preço já caiu entre 60% e 70% neste ano, o que significa que os consumidores poderão encontrar alimentos mais baratos nas prateleiras dos supermercados.
Preço dos fertilizantes caiu, em média, 70%
De acordo com o presidente da ANDA, Eduardo Monteiro, os preços dos fertilizantes nitrogenados caíram em média 70%, enquanto os preços de fósforo e cloreto caíram em média 60%, desde o pico de preços.
“Isso é muito importante para a produção de alimentos, gerando deflação e já estamos observando uma retomada significativa, com a perspectiva de superar o recorde de 2021”, acrescentou Monteiro.
Além do impacto no preço final dos alimentos para o consumidor brasileiro, os fertilizantes são peça-chave para intensificar a produção sustentável.
“Se nós queremos, através da sustentabilidade – que é a nossa palavra de ordem – intensificar a produção brasileira com a conversão de pastagens, sem desmatamento, isso só vai acontecer se tivermos fertilizantes disponíveis”, ressaltou Fávaro.
Mapa irá coordenar o Plano Nacional de Fertilizantes
Durante uma reunião com o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, foi acordado que o Mapa assumirá a secretaria do Conselho Nacional de Fertilizantes e Nutrição de Plantas (Confert), que é responsável por coordenar e acompanhar o Plano Nacional de Fertilizantes (PNF).
A reunião com a ANDA teve como objetivo continuar o planejamento para tornar o Brasil menos dependente da importação de insumos e fornecer segurança aos produtores.
De acordo com o ministro Carlos Fávaro, a descoberta de fragilidades no sistema globalizado nos faz refletir sobre como o Brasil pode enfrentar a deficiência no suprimento de fertilizantes e continuar sendo líder na produção de alimentos.