O índice pluviométrico e os padrões de chuvas registrados nos último 15 dias apresentam um comportamento característico do mês de abril no território brasileiro. A premissa se mostra verdadeira devido a atuação da Zona de Convergência Intertropical (ZCIT) que tem apresentado significativo resultado na faixa norte do Brasil, bem como a presença de frentes frias que provocam chuvas na região Sul.
Por mais que a quantidade de chuvas e índices pluviométricos tenham superado as marcas históricas nas regiões acima citadas, a parcela central do Brasil se encontra em antecipação do período de estiagem. Estes padrões podem ser notados como anomalias de precipitação, que significam a diferença entre o que foi registrado e a média histórica, sendo possível observar a seca na região central do país.
Para exemplificar, podemos usar o exemplo de Montes Claros que, nos últimos 15 dias, não houve registros de chuvas. Em outras regiões localizadas no norte de Minas Gerais, a falta de chuva já se prolonga a mais de 50 dias. Um ponto importante a ser destacado é que o tempo seco contribui diretamente com o aumento do aquecimento provocado pelo, devido a baixa quantidade de nuvens na região.
Como a seca tem afetado a agricultura
O calor do sol, a falta de chuvas e o tempo seco, combinados com a elevada perda de umidade do solo e das plantas pelo sistema evapotranspiração, fazem com que a situação hídrica dessas regiões sejam agravadas. Assim, levando em consideração as projeções feitas pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), em relação as condições hídricas e as temperaturas nas propriedades agrícolas, é possível observar o indicativo de restrições em uma grande parte das lavouras que ainda está em pleno cultivo da 2ª safra de milho.
Estes indicativos podem ser percebidos em áreas que vão desde o noroeste de São Paulo, passando por todas as regiões onde há cultivo de milho em Minas Gerais, leste Goiano e oeste da Bahia. Mesmo com as perspectivas de chuvas para os próximos dias, não se pode esperar mudanças significativas quanto a quantidade de umidade no solo.
Entretanto, apesar de haver indícios de restrições hídricas para a lavoura de milho na parcela central do país, o excesso de chuvas vêm se apresentando como um empecilho para os produtores da região sul, principalmente na parte noroeste do Rio Grande do Sul, oeste de Santa Catarina e sudoeste do Paraná.
O Rio Grande do Sul, em especial, enfrenta os maiores problemas, levando em consideração que o estado colheu apenas 34% do total de soja plantada e que as chuvas frequentes e intensas dos últimos dias, atrasa ainda mais o avanço da colheita em algumas regiões.