A ampliação da oferta de hortaliças nos principais mercados atacadistas do país pressionou os preços para baixo em novembro, especialmente no caso do tomate.
Dados do 12º Boletim do Programa Brasileiro de Modernização do Mercado Hortigranjeiro (Prohort), divulgado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), apontam queda média ponderada de 26,15% nas cotações do produto no atacado.
Ampliação da oferta de hortaliças

Segundo a Conab, a maior presença do tomate nas Centrais de Abastecimento (Ceasas) está associada à maturação mais rápida dos frutos, favorecida pelas temperaturas elevadas registradas no período.
Esse recuo no atacado também chegou ao varejo, conforme indica a Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos, elaborada em parceria com o Dieese e divulgada no início do mês.
A cenoura também apresentou retração nos preços. Na média ponderada, a redução foi de 9,68% em relação a outubro. O maior recuo foi observado na Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp), onde as cotações caíram 21,15%. A diminuição ocorreu mesmo com uma oferta menor do produto, o que indica um ajuste de mercado no período.
No caso da batata, a queda foi mais moderada, de 2,37% na comparação mensal. Apesar disso, o preço médio praticado em novembro ficou 51,3% abaixo do registrado no mesmo mês de 2024.
Em sentido oposto, alface e cebola registraram aumento de preços. Após um período de retração, a alface voltou a encarecer diante da redução da oferta, com alta média de 3,36% em relação a outubro.
A cebola apresentou elevação ainda mais expressiva, de 8,79%, movimento considerado sazonal, já que novembro costuma coincidir com a mudança do principal polo fornecedor do bulbo.
Mercado de frutas

Entre as frutas, o mercado mostrou relativa estabilidade. Banana, maçã e laranja tiveram pequenas variações negativas, com quedas de 0,13%, 0,82% e 1,10%, respectivamente.
No caso da banana, a oferta foi menor nos entrepostos analisados, reflexo da redução da produção da variedade nanica no Vale do Ribeira (SP) e da prata no norte de Minas Gerais. A demanda, por sua vez, apresentou oscilações ao longo do mês.
A maçã teve recuo nas cotações nos primeiros dias de novembro, seguido de leve recuperação com a aproximação de dezembro, em um cenário de estoques mais baixos, especialmente da variedade gala. Já a demanda permaneceu praticamente estável.
A laranja apresentou oscilações pontuais, influenciadas principalmente pela queda nos preços pagos pela indústria, que adotou postura mais cautelosa na contratação de novos volumes devido à redução da demanda externa.
Por outro lado, mamão e melancia ficaram mais caros. As altas médias ponderadas foram de 6,55% e 4,45%, respectivamente. No caso do mamão, a elevação está associada à menor oferta, impactada pela desaceleração da produção em razão das temperaturas mais baixas e das chuvas.
A melancia também sofreu influência das condições climáticas, que afetaram a qualidade dos frutos provenientes do sul da Bahia e do centro paulista, refletindo nas cotações.
No comércio exterior, as exportações de frutas e hortaliças mantiveram desempenho positivo. Entre janeiro e novembro de 2024, o volume embarcado somou 1,176 milhão de toneladas, crescimento de 23,22% em relação ao mesmo período do ano anterior.







