Uma nova cultivar de ervilhaca traz ganhos em termos de produtividade e sustentabilidade para a pecuária de corte brasileira.
A cultivar URS BRS Presilha, desenvolvida por meio de uma colaboração entre a Embrapa, a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e a Associação Sul-brasileira para o Fomento de Pesquisa em Forrageira (Sulpasto), apresenta grande potencial para ser incorporada em sistemas de integração Lavoura-Pecuária (ILP), seja no pastejo ou como cobertura do solo.
Nova cultivar de ervilhaca

A cultivar URS BRS Presilha se destaca pelo fato de suas sementes serem as maiores entre as leguminosas forrageiras de clima temperado do Sul do Brasil, o que facilita a competição durante o estabelecimento da pastagem.
Essa característica também contribui para uma implantação e distribuição mais eficientes das sementes, até mesmo em áreas com pastagens perenes de verão, como tifton e bermuda, e em cultivares menores de panicum e braquiária.
Além de ser estratégica para os sistemas ILP, a URS BRS Presilha se destaca pela alta produção de forragem, excelente sanidade, tolerância ao pastejo, boa capacidade de rebrote e vigor inicial, o que garante sua competitividade e adaptação a diferentes condições ambientais.
A cultivar também se caracteriza por bons teores de proteína e por sua capacidade de fixação de nitrogênio atmosférico no solo, em simbiose com bactérias do gênero Rhizobium.
Ela é mais indicada para solos bem drenados e pode ser utilizada em consórcios com outras forrageiras de inverno, como aveia e azevém, ou até mesmo em sistemas de cobertura de solo, onde contribui com a incorporação de nitrogênio e estruturação do solo através de seu sistema radicular vigoroso.

Entre outras qualidades, a URS BRS Presilha se destaca pela maior resistência à falta de água e por sua menor propensão a provocar problemas de timpanismo nos animais, quando comparada a outras leguminosas forrageiras.
Claudio Lopes e Cesar Grinke, presidente e membro do Conselho de Administração da Sulpasto, destacam a possibilidade de uso da cultivar na fruticultura, incorporando nitrogênio e protegendo o solo, com sua palhada resistente e lenta decomposição.
Segundo Lopes, a parceria com a UFRGS e Embrapa contribui para a aceitação da nova forrageira pelo setor produtivo.