A produção brasileira de grãos na safra 2023/24 deve alcançar 295,6 milhões de toneladas, volume 7,6% menor ou 24,2 milhões de toneladas a menos que o obtido na safra 2022/23.
É o que estima o 6º Levantamento da Safra de Grãos 2023/24, divulgado nesta terça-feira (12), pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). A queda é reflexo principalmente dos efeitos do clima com o fenômeno El Niño, que provocaram seca no Centro-Norte e chuvas no Sul do Brasil.
Produção de grãos no Brasil
Desde o início desta safra até meados de dezembro, as condições climáticas foram variáveis e desfavoráveis nas principais regiões produtoras.
Segundo a Conab, o clima afetou a produtividade das lavouras e o esperado é uma redução em torno de 7,1% na produtividade média esperada, considerando todos os grãos analisados pelo boletim, que sai de 4.072 quilos por hectare estimados para 3.784 kg/ha.
Soja
Essas instabilidades climáticas provocaram perdas significativas na produtividade sobretudo na da soja, principal grão cultivado no período. A área plantada também deve ser diminuída em torno de 0,5%, projetada em 78,1 milhões de hectares.
Com uma colheita que atingiu, no início de março, 47,9% da área semeada, a soja pode registrar uma produção de 146,9 milhões de toneladas nesta safra, redução de 5% sobre a safra anterior.
A queda se deve às baixas precipitações e às temperaturas acima do normal nas principais regiões produtoras, principalmente no Centro-Norte do país. No entanto, em locais em que o grão foi semeado mais tarde, as precipitações têm favorecido o desenvolvimento das plantas.
Milho
Com os trabalhos de colheita da soja avançando, o plantio do milho segunda safra ocorre dentro da janela nos principais estados produtores, como Mato Grosso e Paraná. Ainda assim, a área destinada para a cultura deve cair 8,3%, estimada em 15,76 milhões de hectares.
As condições climáticas têm favorecido a implantação do cereal, com exceção de parte de Mato Grosso do Sul. A expectativa é que apenas na segunda safra sejam colhidas cerca de 87,35 milhões de toneladas do grão.
A colheita do milho primeira safra ou milho verão segue e já atinge 32,9% da área cultivada. A produção esperada é de 23,41 milhões de toneladas. A produção total do cereal, considerando as duas safras está estimada em 112,75 milhões de toneladas.
Arroz
Para o arroz, a área plantada deve crescer 4,7%, chegando a 1,55 mil hectares, o que leva a uma expectativa de produção de 10,55 milhões de toneladas. A semeadura nas principais áreas produtoras no país já foi concluída, mesmo com as adversidades climáticas. No Rio Grande do Sul, por exemplo, as chuvas excessivas e enchentes ocorridas durante o plantio inviabilizaram a operação em alguns locais.
Feijão
No caso do feijão, a nova estimativa traz uma colheita total em torno de 3 milhões de toneladas, se mantendo praticamente a mesma do ano passado. A primeira safra do produto teve uma oferta ajustada, o que influenciou nos preços praticados. Diante desse cenário, a segunda safra da leguminosa apresenta aumento na área cultivada, o que poderá refletir em uma maior produção.
Algodão
Com o plantio praticamente finalizado, o algodão registra uma área plantada de 1,93 milhão de hectares, aumento de 16,3% quando comparada com a safra anterior. A elevação reflete o preço e as perspectivas de comercialização da fibra. O clima vem favorecendo as lavouras e a expectativa é que a produção da pluma atinja 3,56 milhões de toneladas, um novo recorde na série histórica caso o resultado se confirme.
Trigo
Já para o trigo, principal produto cultivado entre as culturas de inverno, a estimativa atual indica a produção em 9,6 milhões de toneladas. Se confirmado, o volume representará um aumento de 18% com relação à safra anterior.