A produção de castanha de caju apresentou uma alta de 33%, em 2022, com 146.603 toneladas, frente à safra do ano anterior, quando foram produzidas 110.570 toneladas do fruto. É o que mostram os dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Além disso, os dados apresentam resultados dos três principais estados produtores de castanha de caju que, juntos, são responsáveis por mais de 92% do total da produção no Brasil.
O Ceará, maior produtor do país, avançou 52% quando comparado com a safra anterior, passando de 62.977 toneladas, em 2021, para 95.758 toneladas, no ano passado. A produtividade também aumentou: dos 233 quilos por hectare, subiu-se para 354 quilos de castanha de caju por hectare.
Já o Piauí, segundo maior produtor, colheu 21.674 toneladas de castanha de caju em 2022. No ano imediatamente anterior, a colheita foi de 19.020 toneladas. Com relação ao rendimento, também apresentou alta. Foi de2 63 quilos por hectare, em 2021, para 297 quilos produzidos por hectare, em 2022.
De acordo com Pedro Andrade, supervisor de pesquisas agropecuárias do IBGE no Piauí, o aumento é explicado pelo incremento de novas áreas que entraram em idade produtiva. Além disso, as melhores condições climáticas no ano de 2022 favoreceram a cajucultura local.
No Rio Grande do Norte foi registrado um aumento de 9%, em 2022, quando comparado ao ano anterior. Foram 18.169 toneladas de castanha de caju, no ano passado, contra 16.667 toneladas colhidas em 2021. O rendimento de 2022 também superou o de 2021, registrando 376 quilos de castanha por hectare.
Segundo o tecnologista sênior do IBGE do Rio Grande do Norte, Elder Costa, a metade da produção vem da Região Oeste do RN, destacando-se os municípios que compõem o Oeste potiguar.
Valorização do pedúnculo da castanha de caju
A cajucultura do Nordete é uma importante fonte de renda e geração empregos para a região. Além disso, oferece uma variedade de produtos alimentícios.
Os estados produtores se beneficiam de uma planta que produz em meio à entressafra, enquanto culturas alimentares tradicionais se veem às voltas com as limitações trazidas pela falta de água.
No caso do pedúnculo, ele representa 90% do fruto e quase não é utilizado pela indústria.
“A proposta da Embrapa é mudar o olhar e passarmos a ter um aproveitamento integral do que o cajueiro nos entrega. Ou seja, não aproveitar apenas a castanha, mas também o pseudofruto do caju”, explica Gustavo Saavedra, chefe-geral da Embrapa Agroindústria Tropical.
O pedúnculo tem grande potencial para o mercado, podendo ser consumido em sucos concentrados, cajuínas e doces. Apenas em 2022, foram produzidas, no Ceará, 818.569 toneladas de pedúnculo de caju, sendo 472.527 toneladas advindas de cajueiro-anão.