O cultivo de alho passou a integrar oficialmente o Programa Nacional de Zoneamento Agrícola de Risco Climático (Zarc).
A inclusão da hortaliça amplia o conjunto de culturas analisadas pelo governo para orientar agricultores sobre os períodos e as regiões mais adequadas ao plantio, reduzindo perdas associadas a condições meteorológicas desfavoráveis.
Cultivo de alho no Programa Nacional de Zoneamento Agrícola de Risco Climático (Zarc)

As normas foram divulgadas pelo Ministério da Agricultura e Pecuária, no Diário Oficial da União e o estudo que embasou as portarias foi conduzido por pesquisadores da Embrapa Hortaliças, com apoio de entidades de produtores e instituições de ensino e pesquisa.
Os documentos com as recomendações para áreas tropicais e subtropicais estão disponíveis na página oficial do Zarc.
Com a entrada do alho no programa, produtores, instituições financeiras e seguradoras passam a contar com um parâmetro técnico para avaliar o risco climático da lavoura.
O zoneamento indica as janelas de plantio com menor probabilidade de perdas e alerta que cultivos fora desses períodos podem enfrentar altos índices de frustração de safra.
Segundo o pesquisador Marcos Braga, responsável pelo estudo, o zoneamento busca identificar locais e épocas em que as condições climáticas favoreçam o desenvolvimento da cultura.
Riscos climáticos que afetam a cultura

Embora popular no Brasil, o alho tem origem em regiões frias da Ásia. Por isso, sua produtividade depende diretamente de condições adequadas de temperatura e luminosidade. O alho nobre exige dias longos, acima de 13 horas de luz diária e temperaturas mais baixas para formar bulbos de maior calibre.
A cultura também demanda temperaturas específicas ao longo do ciclo, sendo valores amenos na fase inicial, temperaturas frias durante o crescimento vegetativo e a bulbificação, e calor moderado na maturação. O acúmulo de horas de frio é apontado pelos pesquisadores como decisivo para uma boa produtividade.
As exigências variam entre climas subtropicais e tropicais. Em áreas subtropicais, o estudo indica que a média térmica deve ficar abaixo de 14°C e a máxima não pode ultrapassar 31°C entre o plantio e o início da formação dos bulbos. Para o ambiente tropical, o limite é ainda mais restritivo, temperatura média inferior a 12°C e máxima de até 32°C.







