O agro em 2025 manteve seu papel estratégico na economia, sendo decisivo para a melhora de indicadores como o Produto Interno Bruto (PIB) e a redução da inflação.
Segundo avaliação da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), a atuação do setor foi determinante para que a inflação anual ficasse próxima de 4,4%.
Sem essa contribuição, o país poderia ter enfrentado novo descumprimento da meta inflacionária, o que exigiria a manutenção de uma política monetária mais rígida, com a taxa Selic ainda em 15% ao ano.
Agro em 2025

Apesar do bom desempenho macroeconômico, o setor enfrentou sinais de fragilidade financeira. Em outubro, o crédito rural com taxas de mercado registrou 11,4% de inadimplência, o maior índice desde o início da série histórica, em 2011.
Em comparação, no mesmo mês do ano anterior o índice era de 3,54%, e em janeiro de 2023, apenas 0,59%. Entre os fatores apontados estão problemas climáticos recorrentes, queda nos preços de commodities, aumento nos custos de produção, restrições bancárias e juros elevados.
A CNA reforça que a recuperação econômica dos produtores dependerá de medidas estruturais que aumentem a previsibilidade, reduzam a vulnerabilidade financeira e climática, e promovam confiança e resiliência para o crescimento sustentável do setor.
Um dos pontos críticos de 2025 foi o baixo desempenho do seguro rural, o Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR) cobriu apenas 2,2 milhões de hectares, menos de 5% da área agricultável do país, o pior resultado desde 2007. A falta de cobertura tende a afetar negativamente os resultados do próximo ciclo agrícola.

Em termos de produção, o Valor Bruto da Produção (VBP) do agro deve chegar a R$ 1,49 trilhão, registrando expansão de 11,9% em relação a 2024.
No comércio internacional, entretanto, o cenário foi mais desafiador. Entre agosto e novembro, as exportações do agro brasileiro para os Estados Unidos caíram 37,85% em relação ao mesmo período de 2024, devido as tarifas de 50% sobre os produtos brasileiros imposta pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
Portanto, 2025 encerra como um ano de contrastes para o agronegócio, setor que é essencial para a economia e com resultados expressivos, mas ainda vulnerável a fatores climáticos, financeiros e comerciais que exigem soluções estruturais para garantir crescimento sustentável nos próximos anos.







