A semeadura da soja da safra 2025/26 em Mato Grosso avançou com força na última semana, alcançando 43,57% das áreas previstas até 17 de outubro, segundo o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea).
O ritmo representa um ganho de 22,35 pontos percentuais em relação à semana anterior e mantém o estado 18,49 pontos à frente do mesmo período de 2024. O avanço também supera em 7,64 pontos a média dos últimos cinco anos.
Semeadura da soja da safra 2025/26 em Mato Grosso

O desempenho é resultado da melhor regularidade das chuvas em diversas regiões, que tem favorecido o plantio. Ainda assim, algumas localidades enfrentaram mais de dez dias sem precipitações expressivas, o que levou à necessidade de ressemeadura pontual em certas áreas.
Conforme o relatório, as regiões Médio-Norte, Oeste, Norte e Noroeste lideram a semeadura, com 62,69%, 58,01%, 55,81% e 51,26% das áreas plantadas, respectivamente. Para os próximos dias, projeções do NOAA indicam chuvas entre 15 e 25 milímetros em grande parte do estado, o que deve sustentar o bom ritmo dos trabalhos.
No mercado, o preço da soja em Mato Grosso subiu 1,22% na semana, impulsionado pela valorização dos prêmios de exportação. Em sentido oposto, a cotação em Chicago recuou 0,93%, reflexo da continuidade do conflito tarifário entre Estados Unidos e China. Já o dólar apresentou alta de 1,80%, encerrando o período a R$ 5,46, influenciando a formação dos preços internos.

No acumulado de janeiro a setembro de 2025, o estado registrou recorde no processamento de soja, com 9,95 milhões de toneladas esmagadas, aumento de 4,08% sobre o mesmo período de 2024 e 15,69% acima da média dos últimos cinco anos. O resultado reflete tanto o crescimento da demanda por farelo e óleo quanto a expansão da capacidade industrial, que aumentou 4,21% no período.
Em setembro, contudo, houve desaceleração: foram processadas 870,44 mil toneladas, uma queda de 26,56% frente a agosto e 5,73% abaixo de setembro de 2024. O recuo é atribuído às paradas técnicas para manutenção das plantas e à dificuldade de compra de grãos por indústrias que não haviam garantido matéria-prima antecipadamente.
A projeção do Imea é de que 13,01 milhões de toneladas sejam esmagadas até o fim de 2025, o que representaria um crescimento de 2,71% sobre o volume do ano anterior, mantendo Mato Grosso como líder nacional na produção e processamento da oleaginosa.