Um estudo realizado pela Embrapa Agroenergia aponta que a implementação da bioeconomia no Brasil pode gerar uma receita para a industrial nacional de US$ 284 bilhões, por ano, até 2050.
Tal resultado poderia ser alcançado com a chamada total implementação da bioeconomia, que compreende as atuais políticas para mitigação de emissões de gases de efeito estufa (GEE) no país, a consolidação da biomassa como principal matriz energética em setores importantes da economia e a intensificação de tecnologias biorrenováveis.
O documento “Potencial do impacto da bioeconomia para a descarbonização do Brasil”, estudo produzido pela Embrapa em parceria com outras organizações, propõe três possíveis cenários no contexto de transição energética no Brasil.
Intitulado “Políticas Correntes”, o primeiro cenário analisa a manutenção das atuais políticas brasileiras e o respeito à Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC, sigla em inglês), proposta no âmbito do Acordo de Paris sobre o Clima.
O segundo cenário chamado de “Abaixo de 2°C”, considera que, para a implementação de tecnologias de baixo carbono nos principais setores da economia brasileira, a biomassa deve ser a principal fonte de energia. Além disso, este cenário tem como objetivo limitar o aumento de temperatura da Terra abaixo dos 2ºC até o final do século.
Já o último cenário, considerado ponto fundamental do documento, é denominado “Potencial da Bioeconomia” que prevê a complementação da bioeconomia com a transição energética para atingir o resultado. Isso se daria a partir da adoção de tecnologias biorrenováveis, como a biomassa.
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Bioeconomia é capaz de unir os mais diversos setores da indústria, de forma sustentável
O pesquisador da Embrapa Energia, Mauricio Lopes vê, na bioeconomia, uma excelente vantagem para o desenvolvimento sustentável. Isso porque o campo de estudo é capaz de gerar um modelo de produção de base biológica, limpa e renovável, que promova sinergias entre as indústrias de energia, alimentos, química, materiais, e outras.
De acordo com o chefe-geral da Embrapa Agroenergia. Alexandre Alonso, o objetivo é desenvolver processos de produção que sejam mais eficientes e menos intensivos em insumos e energia, com o uso da biotecnologia.
Com a implementação da bioeconomia, o Brasil teria plena condição de viabilizar um setor bioindustrial inovador e competitivo.