O domingo de Páscoa é um momento que celebra a ressurreição de Cristo e, por tradição, tem os peixes no cardápio do almoço, sendo o bacalhau carro-chefe. Mas você sabia que o bacalhau não é uma espécie de peixe?
Simplesmente nenhuma espécie de peixe leva o nome de bacalhau. A iguaria é o nome usado para abranger peixes salgados, secos e naturalmente preparados, que conservam as propriedades do produto fresco.
Origem do bacalhau
A palavra bacalhau faz alusão a esse processo e não ao peixe em si. A criação do produto é uma tradição em vários lugares do mundo. Sua origem remete ao século 8, e foi introduzida na Europa, por pescadores vindos do País Basco, na Espanha, que migraram para a região litorânea da Irlanda.
Os portugueses desde então ganharam a fama da receita, pela evolução de métodos de criação de bacalhau, salgando e secando os peixes nas águas do mar, sendo hoje o país que mais consome o alimento no mundo. Mas, a Noruega, por suas temperaturas e água frias, se tornou o grande polo global de pesca das espécies e exportação de bacalhau.
O bacalhau chegou ao Brasil durante a colonização da corte portuguesa, que celebrava com o alimento datas relevantes. E no século XIX, o bacalhau virou refeição habitual brasileira, sendo hoje ingrediente de várias receitas típicas da culinária do país. Hoje, o Brasil importa de países europeu a iguaria.
No mercado brasileiro, existem quatro espécies de peixes usadas para a fabricação do bacalhau, que vêm geralmente de águas marinhas geladas: saithe, bem vendido no Brasil, principalmente no Nordeste para o bolinho de bacalhau; tem o ling com uma coloração mais clara e é mais estreito que o primeiro.
O zarbo, menor que os outros, é uma espécie usada para agregar a ingredientes como batatas e cebolas; e por fim o peixe do porto, que é um dos principais e tem o valor de mercado é maior que os três primeiros.
Como o bacalhau é feito?
O bacalhau é preparado com peixe limpo, sem vísceras, sem cabeça e tratado com sal por 24 a 42 horas, passando pelo processo de cura que vai secá-lo, não podendo conter mais de 45% de umidade. O excesso de sal ajuda a conservá-los por mais tempo, permitindo que o Brasil importe a iguaria de outros países.
O consumo de bacalhau na Páscoa
Com a tradição trazida pela Igreja Católica de não comer carne durante a Quaresma, o consumo de peixes aumenta. E para deixar o cardápio do almoço de Páscoa mais requintado, o bacalhau é o peixe mais escolhido.
Na Páscoa, em que os cristãos relembram a crucificação, morte de Cristo e celebram sua ressurreição, o bacalhau é um dos pratos preferidos para o almoço do domingo festivo.
Receita de Bacalhau na Moranga
A textura que desmancha na boca, cheia de maciez é a característica que atrai os olhares para o bacalhau, que possui teor reduzido de gorduras com um valor proteico elevado, sendo rico em cálcio, ferro e Ômega 3. E na cozinha é ingrediente nobre, como na receita de bacalhau dentro da moranga, que é uma ótima opção para o almoço de Páscoa.
A receita leva duas horas para ficar pronta e rende 8 porções. Para preparar, você vai precisar dos seguintes ingredientes:
1 moranga média
Óleo para untar
4 colheres (sopa) de manteiga
1 cebola picada
2 dentes de alho picados
1 lata de tomate pelado picado
2 cubos de caldo de camarão
1kg de bacalhau dessalgado, cozido e desfiado
1kg de camarão pequeno limpo
1 colher (sopa) de farinha de trigo
1 e 1/2 xícara (chá) de creme de leite
Sal, pimenta-do-reino e salsa picada a gosto
3 xícaras (chá) de Catupiry
No preparo, corte a tampa da moranga, retire todo o miolo e unte com óleo por dentro e por fora. Embrulhe em papel alumínio, coloque em uma fôrma e leve ao forno médio, preaquecido, por 1 hora. Deixe esfriar.
Em uma panela, derreta a manteiga em fogo médio e frite a cebola e o alho por 3 minutos. Junte o tomate, o caldo de camarão e refogue por 5 minutos. Acrescente o bacalhau, o camarão e refogue por 3 minutos.
Adicione a farinha dissolvida no creme de leite e misture até levantar fervura. Tempere com sal, pimenta e salsa, depois misture 1 xícara (chá) do catupiry e reserve. Passe o Catupiry restante por dentro de toda a moranga até a borda. Coloque o creme quente, polvilhe com salsa e sirva.
Pronto! Páscoa de mesa farta!