A Hidrovia Araguaia-Tocantins é considerada uma das principais rotas alternativas para o escoamento da produção do agronegócio.
Esta hidrovia, parte do corredor Centro-Norte, possui um potencial logístico significativo para o transporte da produção agrícola de estados como Mato Grosso, Goiás, Pará e Tocantins, com destinos que abrangem a Europa e o Oriente Médio.
Hidrovia Araguaia-Tocantins
Após a conclusão do projeto, o rio Araguaia pode se tornar uma das vias navegáveis mais importantes do Brasil. A obra deve beneficiar cerca de 40 municípios do extremo norte do Tocantins.
Apesar disso, a navegação enfrenta algumas limitações em certos trechos devido às grandes corredeiras do Araguaia. No entanto, o projeto em execução visa superar esses obstáculos, permitindo a integração de quatro modais.
O sistema terá início no município de Barra do Garças, no Mato Grosso, passando por Peixe, no sul do Tocantins, e se conectando à hidrovia do Amazonas, culminando no porto de Vila do Conde, próximo a Belém. Essa infraestrutura possibilitará o escoamento eficaz de produtos, sobretudo do setor agrícola.
Contudo, a viabilização da obra depende crucialmente do derrocamento da Pedral do Lourenço, atualmente considerado o maior obstáculo para o pleno funcionamento da hidrovia.
Para abordar esse desafio, foi realizada uma reunião em Brasília com representantes das forças políticas do estado. Durante o encontro, foram discutidas a retomada das obras e as metas do empreendimento.
No decorrer da reunião na capital federal, o governador do Tocantins, Wanderlei Barbosa, solicitou ao Ministro dos Portos e Aeroportos, Silvio Costa, prioridade a esta etapa essencial para a realização do projeto. O
governador ressaltou que a hidrovia desempenhará um papel fundamental na redução do chamado “Custo Brasil”, especialmente para o setor do agronegócio, que historicamente depende de grande parte do transporte rodoviário.
Na reunião, Wanderlei Barbosa afirmou que Tocantins fica no centro do País, cortado pela BR-153 e pela Ferrovia Norte-Sul e agora falta a Hidrovia.
“Nós temos duas bacias importantes [Araguaia e Tocantins], e essas bacias vão dar uma nova dinâmica nas exportações e no escoamento da produção nacional”, afirmou o Governador.
Pedral do Lourenço
A obra para a retirada do Pedral do Lourenço foi licitada pelo Governo Federal ainda em 2017, e por questões ambientais foi barrada pelo Ibama.
O Ministro Silvio Costa adiantou que há uma sinalização para a liberação por parte do Instituto, e que as licenças ambientais devem ser concluídas até dezembro deste ano. Isso permitirá o início das obras em fevereiro de 2024.