O Brasil pode superar a Argentina e se tornar líder mundial na exportação de farelo de soja na safra 2022/2023, segundo dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA).
Os hermanos são os maiores exportadores do produto e também do óleo de soja há muitos anos, mas o país vizinho passou por uma seca severa que reduziu sua produtividade nesta temporada, enquanto isso, o Brasil espera colher uma safra recorde por conta do clima favorável.
Exportação de farelo de soja
Os preços do farelo de soja subiram no mercado brasileiro, segundo levantamento do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP, até 17 de julho, impulsionados pela firme demanda externa.
O aumento da procura por farelo de soja no Brasil, como já mencionado, está ligado à redução do processamento da oleaginosa na Argentina, que pode ser o menor das últimas 18 temporadas e à maior demanda para consumo doméstico no país vizinho, que deve ser recorde.
No relatório, o USDA aponta que o Brasil deve elevar suas exportações de farelo de soja para 21,5 milhões de toneladas na temporada 2022/23 (de outubro/22 a setembro/23), se tornando o maior fornecedor mundial desse subproduto. O Brasil não liderava as vendas externas de farelo desde a safra 1997/98.
De acordo com a Secex (Secretaria de Comércio Exterior), na parcial desta temporada, até junho, o Brasil já exportou 15,26 milhões de toneladas e farelo de soja, além de ser recorde para o período, esse volume representa 71% do projetado pelo USDA.
Com isso, os prêmios de exportação do farelo de soja subiram no Brasil, indicando maior crescimento para os contratos de longo prazo. Considerando a média das regiões acompanhadas pelo Cepea, os preços do derivado subiram 1% entre as médias de junho e da parcial de julho (até o dia 17).
Produção da soja brasileira
A projeção do USDA para a soja brasileira 2022/23, que já teve a colheita finalizada, foi ajustada para 156 milhões de toneladas, 1 milhão acima do volume previsto em meio.
O Brasil também aumentou o processamento de soja neste ano em níveis recordes, por conta da maior de biodiesel, em que a principal matéria-prima é o óleo da cultura para produção do biocombustível, o que consequentemente, resulta na maior oferta de farelo.
Farelo da soja argentina
Até o mês de maio, o USDA apontava a Argentina como o maior exportador de farelo de soja, com 22,2 milhões de toneladas, contra 21,4 milhões de toneladas de exportações previstas para o Brasil no mesmo período.
E na previsão de junho, o departamento passou a apontar o Brasil na liderança desse mercado, após um rebaixamento na estimativa para a Argentina no ano comercial a 21,1 milhões de toneladas.
Farelo de soja
O farelo de soja é um subproduto obtido com o esmagamento dos grãos de soja, sendo usado na composição de rações e concentrados para nutrição animal, por conter alto teor de proteína (46%) e também como fonte de energia. No mercado é colocado na composição de rações de bovinos, suínos, aves, equinos e linha PET.