A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) anunciou a compra de mais de 2,5 mil toneladas de leite em pó produzidas por associações e cooperativas da agricultura familiar.
O investimento pode chegar a R$ 106 milhões e tem início imediato, com foco nos estados da região Sul, onde se concentra a maior produção do país. A iniciativa tenta conter os impactos do excesso de oferta, que tem pressionado os preços pagos aos produtores.
Compra de leite em pó

O anúncio ocorreu em Porto Alegre, após reunião com entidades do setor leiteiro. Segundo o presidente da Conab, Edegar Pretto, o objetivo é retirar parte do volume que hoje está sobrando no mercado para tentar recompor o valor do produto na porteira.
O Brasil figura entre os maiores produtores de leite do mundo, com destaque para Minas Gerais, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, que juntos concentram aproximadamente 70% do volume nacional.
A maior parte dessa produção vem de pequenos e médios estabelecimentos rurais, mais de 90% deles com menos de 500 litros diários, segundo dados do IBGE.
Além de amenizar as perdas no campo, a iniciativa tem destino social. o leite será repassado para programas de segurança alimentar e ações de distribuição de cestas emergenciais. A compra será feita por meio do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), na modalidade Compra Institucional. Organizações interessadas devem se cadastrar até 28 de dezembro no sistema da Conab e apresentar proposta via aplicativo PAANet, acompanhada da documentação exigida.

Uma das mudanças da operação é a ampliação dos limites financeiros. O teto por família fornecedora passa de R$ 15 mil para R$ 30 mil, e o valor máximo por organização foi quadruplicado. Cada entidade poderá atender até 200 famílias, ampliando o alcance da medida em municípios fornecedores. O preço de referência para a compra foi definido em cerca de R$ 41,89 por quilo do produto, calculado a partir de valores médios regionais e custos de transformação do leite integral em pó.
Embora o Sul concentre o maior volume, estados de outras regiões também poderão participar da venda. Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina receberão os maiores repasses, mas haverá recursos destinados também para São Paulo, Goiás, Alagoas e Sergipe. No total, aproximadamente 25 entidades devem ser contempladas na primeira etapa da operação.
O leite adquirido será encaminhado para populações vulneráveis e também poderá reforçar estoques utilizados em situações de emergência, como eventos climáticos extremos, conforme solicitação do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social.







