O setor de florestas plantadas alcançou novo recorde de valor adicionado ao Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil em 2022, impulsionado pela receita bruta gerada de R$ 260 bilhões no ano passado, chegando a um montante corrente de R$ 107,2 bilhões, representando 1,3% do total, maior índice desde 2012.
Os dados foram publicados no Relatório Anual 2023 da Indústria Brasileira de Árvores (Ibá), que também indicou que a produção florestal participou com 4,1% na atividade agropecuária total, enquanto no setor industrial esse índice foi de 7,2% no último ano.
Mercado de florestas plantadas no Brasil
Em 2022, a área de árvores plantadas chegou a 9,94 milhões de hectares, leve alta de 0,3% em relação ao ano anterior. O eucalipto segue na liderança com 76% da área no Brasil, totalizando 7,6 milhões de hectares; seguido pelo pinus com 19%, com 1,9 milhão de hectares; outras espécies, que correspondem a 5% da área plantada, incluem a seringueira com 230 mil hectares, a teca com 76 mil hectares e a acácia com 54 mil hectares.
Os plantios de eucalipto estão localizados, principalmente, nas regiões Sudeste e Centro-Oeste do país, com destaque para Minas Gerais (29%), Mato Grosso Sul (15%) e São Paulo (13%).
Do plantio vem o recorde de produção de 25 milhões de toneladas de celulose, registrando um crescimento de 10,9% em relação ao ano interior. No ranking global, o Brasil ocupa a segunda posição, atrás somente dos Estados Unidos (~50 milhões de toneladas).
Além disso, o país produziu 11 milhões de toneladas de papel, um aumento de 3,5% em relação ao ano anterior; e ainda 8,5 milhões de m³ de painéis de madeira.
Usando a árvore como uma biorrefinaria, o segmento separa duas matérias-primas centrais: a fibra da árvore, que é usada na fabricação de mais de 5 mil bioprodutos, como livros, embalagens de papel, roupas e lenços de papel; e a lignina, parte da estrutura que dá sustentação para as árvores, usada para produção de energia.
Geração de empregos
O setor de árvores cultivadas gerou 2,6 milhões de empregos diretos e indiretos no período, resultando em uma massa salarial de quase R$ 2 bilhões.
Exportação de produtos florestais
A exportação de produtos florestais também apresentou número recorde, de US$ 14,3 bilhões, 21,3% acima do observado em 2021. O principal produto exportado foi a celulose, destinada principalmente à China e a países europeus, representando 59% de todo o valor exportado.
É o quarto item da pauta de exportações do agro brasileiro em 2022, gerando um montante de US$ 14,29 bilhões, com 19,1 milhões de toneladas de celulose, 2,5 milhões de toneladas de papel e 1,5 milhão de m³ de painéis de madeira. O Brasil é o maior exportador de celulose do mundo.
Em 2022, o saldo da balança comercial do setor foi de US$ 13,2 bilhões, um crescimento de 23% em relação a 2021. A participação nas exportações nacionais foi de 4,3% em 2022.
Sustentabilidade
A expansão dos cultivos tem ocorrido em áreas previamente antropizadas, substituindo pastos de baixa produtividade por florestas cultivadas, principalmente de pinus e eucalipto.
O setor é responsável pelo processo de recuperação de áreas degradadas e de combate aos efeitos das mudanças climáticas, já que as árvores são a mais eficiente solução baseada na natureza para a mitigação das mudanças climáticas. Sequestram e estocam gás carbônico, cujas altas concentrações são a principal responsável por empurrar o planeta para o aquecimento global.
Quase toda a energia consumida pelo setor de árvores cultivadas para fins industriais é limpa, produzida pelo próprio setor a partir da biomassa florestal. Há oportunidades na economia de baixo carbono, por meio da oferta de produtos oriundos de fonte renovável, que são recicláveis e biodegradáveis.