A produção de fécula de mandioca no Brasil caiu 17,4% ao longo de 2022, o menor nível em três anos, segundo levantamento anual do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, em parceria com a Abam (Associação Brasileira dos Produtores de Amido de Mandioca), que mapeia e caracteriza a indústria e que foi divulgado nesta segunda-feira (8/5).
O estudo mostrou os desafios enfrentados pela cadeia produtiva no último ano, com a forte restrição na oferta de raiz de mandioca nas lavouras e o menor rendimento de amido na extração industrial.
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Queda na produção de fécula de mandioca
Como o volume de raiz processado diminuiu, consequentemente, a produção de fécula caiu também, sendo a quantidade mais baixa em três anos. No ano passado, o esmagamento de mandioca pela indústria de fécula caiu 4,6%, chegando a 2,55 milhões de toneladas.
Agentes do setor informaram que algumas variedades de mandioca diminuíram a extração de amido e, na média, o rendimento industrial teve queda de 12,8% em 2022. Cenário, que provocou a queda de 17,4% no volume de fécula produzido, que ficou em 525,6 mil toneladas, o meno desde 2019.
Também teve queda na produção de outros derivados como: misturas para pão de queijo, polvilho doce, polvilho azedo, amidos modificados e de tapioca.
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Cotações
Como a demanda pelo produto se manteve praticamente estável em 2022, os preços de negociação da fécula de mandioca subiram 71,2% na média nominal ao longo de 2022, com relação a 2021. O Valor Bruto da Produção (VBP) da indústria de fécula nativa totalizou R$ 2,49 bilhões em 2022, crescimento de 41,4% frente ao de 2021. Em termos reais, o avanço anual foi de 28,2%.
O preço médio da raiz de mandioca em 2022 ficou 80,8% acima do de 2021, por conta da valorização da matéria-prima, maior inclusive do que a fécula.
Mercado em 2023
Para 2023, agentes da indústria acreditam em recuperação na produção de fécula, com possibilidade de avanço médio de 20% no volume. Já os preços, podem ficar em linha com os registrados em 2022.
Entre março e abril de 2023, as cotações da raiz já caíram de forma mais expressiva, pressionadas pela oferta acima da demanda, por conta que unidades industriais vêm evitando formar estoques.
Pesquisa
Os dados da pesquisa sobre a produção de fécula no Brasil realizada pelo Cepea e a Abam, foram repassados por 85 fecularias espalhadas em 60 municípios do Brasil, dos estados do Paraná, Mato Grosso do Sul, São Paulo, Santa Catarina, Pernambuco, Bahia e Alagoas, com capacidade para esmagar mais de 23,1 mil toneladas de mandioca diariamente.