Os biodefensivos são grandes aliados no controle da cigarrinha do milho, praga que provoca perda de até 80% nas lavouras. Os defensivos biológicos têm mostrado eficiência no combate da praga, graças à utilização de fungos entomopatogênicos, que podem parasitar insetos, incapacitando-os e causando sua morte, como a Isaria fumosorea.
O combate a pragas é um dos maiores desafios da agricultura no Brasil, por ser um país tropical (quente e úmido) e um dos únicos a ter mais de uma safra anual, por isso o uso de produtos biológicos e químicos se torna necessário para controlar plantas invasoras, proteger os cultivos e contribuir para o aumento da produtividade.
Biodefensivos no controle da cigarrinha do milho
A cigarrinha do milho está presente em todo território brasileiro, nas principais regiões produtoras. Terminou a colheita da soja, começa a época do milho safrinha e com ela aumenta a presença e um ataque maior da praga, mas o uso de biodefensivos no manejo têm se mostrado eficaz no combate.
Bruno Arroyo, engenheiro agrônomo e gerente nacional de desenvolvimento de Mercado da Agrobiológica, empresa de soluções biológicas, explicou em entrevista ao AgroMais, que o uso de biodefensivos, têm se mostrado efetivo no combate à cigarrinha.
“É ideal que ele faça o monitoramento inicial da presença da praga, para atingi-la. Biológicos, principais fungos como a Isaria fumosorosea e a Beauveria vão agir na cigarrinha por contato, então é importante identificar o momento correto, aliado ao período crítico de que essa infestação vá causar os enfezamentos e danos na planta para entrar com o biológico”, afirma.
Biodefensivos aliados à químicos
Arroyo acrescenta que dependendo da pressão da praga sobre a região, é possível associar os biológicos com defensivos químicos, para otimizar os custos e garantir efetividade.
“Se nós pensarmos em associações biológica mais químicos, que é altamente recomendado para combater a cigarrinha, nós podemos chegar aí a 85% a 90% de controle. Produtores, apostem cada vez mais nas ferramentas biológicas, que são grandes aliadas dos nossos sistemas produtivos e cada vez mais eficientes”, orienta.
Os biológicos, segundo afirma o engenheiro agrônomo, são importantes ferramentas para diminuir a aplicação de defensivos e consequentemente, baixar os custos.
“O mais importante da inserção das ferramentas biológicas, como Isaria fumosorosea no manejo da cigarrinha, é ter um período maior de atuação desse biológico, ou seja, estender o residual de ação, com a inserção do biológico dentro do manejo. O químico as vezes precisa de uma entrada a cada quatro ou cinco dias, com o biológico, nós conseguimos estender pra sete dias muitas vezes, e lá na frente isso pode reduzir custos”, afirma.
Cigarrinha do milho nas lavouras
É uma praga bem adaptada às condições tropicais do Brasil, que causa problemas fitossanitários em diversas regiões brasileiras. Dados do Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Vegetal (Sindiveg) apontam que, a ocorrência da cigarrinha do milho aumentou 177% nos últimos dois anos no país, se tornando um desafio para os agricultores.
A cigarrinha do milho (Dalbulus maidis) é uma das principais pragas da agricultura brasileira. Se trata de um inseto-vetor de doenças, que pertence a ordem Hemiptera e à família Cicadellida, com tamanho que varia de 3,5 mm a 4,3 mm de comprimento.
Os insetos vivem em colônias no cartucho e nas folhas jovens do milho e sugam a seiva das plantas. Durante o processo de alimentação, ela transmite doenças causadoras dos enfezamentos pálido e vermelhos, e da virose do raiado fino no milho, que causam redução do tamanho da planta, espigas improdutivas, grãos mal formados, que podem acarretar perdas totais da lavoura.