O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, confirmou nesta segunda-feira (29) novas tarifas sobre produtos importados.
A decisão prevê taxa de 10% para madeira e de 25% para armários de cozinha, pias de banheiro e móveis estofados, com vigência a partir de 14 de outubro.
Novas tarifas para madeira

O decreto também estabelece que medicamentos patenteados e caminhões pesados passem a ser tributados já a partir desta terça-feira, 1º de outubro. Trump justificou a medida alegando que a entrada desses produtos compromete a segurança nacional americana.
O texto ainda prevê aumentos adicionais a partir de 1º de janeiro. Produtos de madeira estofados terão tarifa de 30%, enquanto armários e pias importados de países que não firmarem acordo comercial com Washington poderão ser taxados em até 50%.
A madeira serrada, insumo fundamental para o setor de construção residencial dos EUA, é um dos itens mais afetados.
Atualmente, cerca de 30% da madeira macia consumida no país vem do Canadá, que já enfrenta cobrança de direitos compensatórios e antidumping de 14,5% sobre suas exportações.
Tarifas para exportações

Devido as tarifas aplicadas para exportações do agronegócio, as vendas do Brasil para o mercado norte-americano recuaram em agosto, de acordo com levantamento da Câmara Americana de Comércio para o Brasil (Amcham Brasil).
Produtos sujeitos às tarifas mais altas caíram 22,4% em relação ao mesmo mês de 2024, enquanto itens não atingidos pelas medidas tiveram retração menor, de 7,1%.
O Monitor de Comércio Brasil-EUA, boletim elaborado pela entidade que reúne mais de 3,5 mil companhias ligadas às relações bilaterais, aponta que as sobretaxas não afetam apenas as exportações, mas também contribuem para reduzir o ritmo das importações.
De janeiro a agosto, o fluxo comercial entre os dois países somou US$ 56,6 bilhões. Nesse período, as exportações brasileiras alcançaram US$ 26,6 bilhões, alta de 1,6% frente ao acumulado de 2024.
Apesar do resultado positivo no acumulado do ano, o desempenho de agosto foi o mais fraco de 2025, o que, segundo a Amcham, reforça o peso da tarifa de 50% nas decisões das empresas.