Na COP27, no Egito, países se uniram e lançaram a Parceria de Líderes de Florestas e Clima (FCLP, da sigla em inglês), nesta segunda-feira (7/11), comprometendo-se a reverter os prejuízos causados pelo desmatamento florestal até 2030, conforme prometido no Pacto Climático de Glasgow.
Composto por 26 países da União Europeia (UE), o FCLP quer identificar áreas estratégicas onde possa ajudar a implementar ou ampliar soluções novas e existentes em defesa do meio ambiente. Além disso, o “bloco” representa 60% do PIB mundial e abriga mais de 33% das florestas do mundo. O objetivo do FCLP também é trabalhar com a iniciativa privada, sociedade civil e líderes comunitários.
O compromisso firmado no Egito é, também, uma forma de dar continuação às metas estabelecidas na COP26, realizada no ano passado, quando 140 líderes mundiais se comprometeram com a interrupção e reversão das perdas de florestas e a degradação da terra ainda nesta década.
Ainda nesta edição da conferência do clima da ONU serão anunciados mais US$ 4,5 bilhões de doadores públicos e privados.
Além disso, já foram gastos US$ 2,67 bilhões dos US$ 12 bilhões comprometidos no ano passado para proteger e restaurar florestas.
O primeiro-ministro do Reino Unido, Rishi Sunak, falou sobre a iniciativa da parceria entre países e sua importância para a preservação e conservação de áreas nativas.
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“Com a perda de nossas florestas representando mais de 10% das emissões globais, protegê-las é uma das melhores maneiras de nos levar de volta aos 1,5 graus”, disse Sunak.
Ausência do Brasil na parceria contra o desmatamento florestal não passou despercebida
De acordo com Stela Herschmann, do Observatório do Clima, o Brasil foi tema das discussões durante o lançamento da iniciativa pela forma como o governo brasileiro “vem ignorando o acordo do ano passado, aumentando o desmatamento em vez de reduzi-lo”.
No entanto, há também uma enorme expectativa, por parte da cúpula, de que a política florestal mude significativamente, a partir de 2023, com o novo governo.
A participação do Brasil em ações que combatam os efeitos das mudanças climáticas é muito esperada pelo mundo todo. Isso porque o país abriga a maior parte da Floresta Amazônica, que tem tido a atenção de todo o planeta.
Com a eleição de Lula da Silva (PT), países como Alemanha e Noruega disseram retornar com as doações ao Fundo Amazônia, que financia medidas de proteção ambiental na região.
Em 2019, após uma polêmica em que o governo brasileiro apresentou sugestões de mudanças na aplicação dos recursos e extinguir colegiados de gestão do fundo, Alemanha e Noruega suspenderam os repasses para novos projetos.