A Confederação Nacional da Indústria (CNI) participará da 27ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, a COP27, e colocará como sua principal pauta o tema “economia de baixo carbono”. O evento que acontece entre os dias 6 e 18 de novembro, no Egito, tem como objetivo debater medidas para conter as mudanças climáticas.
A CNI vai apresentar a estratégia de sustentabilidade que tem ajudado o Brasil a avançar em direção a uma economia de baixo carbono, que se fundamenta em fontes de energia que produzem baixos níveis de emissões de gases de efeito estufa. São tecnologias limpas e processos produtivos mais eficientes que ajude a enfrentar a crise climática global.
De acordo com o CNI, a indústria brasileira é considerada uma das mais competitivas do mundo quando se fala em sustentabilidade e emissões de gases de efeito estufa (GEE).
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O setor brasileiro tem atuado com protagonismo no que se refere à implantação de estratégias, programas e tecnologias que contribuam para que o Brasil avance nas metas estabelecidas no Acordo de Paris.
O Brasil terá um estande na COP27, onde vai apresentar experiências bem-sucedidas de empresas que estão desenvolvendo estratégias de redução e neutralização de emissões de GEE, o que colabora com a diminuição de emissão de carbono.
Haverá também espaço para questões sensíveis ao tema, como financiamento de ações climáticas e novas tecnologias, como o hidrogênio verde, que é produzido a partir da eletrólise da água, com baixa ou nula intensidade de carbono.
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CNI baseia economia de baixo carbono em quatro pilares
Na COP27, o CNI ainda vai apresentar ações relacionadas aos quatro pilares da estratégia de baixo carbono, definidas pelo órgão, como transição energética, mercado de carbono, economia circular e conservação florestal.
Na questão da transição energética, o Brasil já conta com participação significativa de fontes renováveis de energia na matriz elétrica. A título de informação, 84% da produção energética brasileira advém de energias renováveis. O país segue ampliando o uso de fontes limpas como eólica, solar e bioenergia, além do hidrogênio verde.
No que se refere ao mercado de carbono, a indústria brasileira defende a regulação do mercado, no modelo cap and trade, pois oferece um ambiente mais flexível ao investimento e mais segurança. Além disso, as empresas podem escolher a melhor estratégia e quais medidas adotar para reduzir a emissão de CO2.
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Já a economia circular defende a gestão estratégica dos recursos naturais, ampliando práticas como ecodesign, manutenção, reúso, remanufatura e reciclagem ao longo de toda a cadeia de valor.
Sobre a conservação florestal, a CNI também se compromete com a ampliação das áreas sob concessão florestal do país, o que visa o fortalecimento do manejo florestal sustentável e o estímulo aos negócios voltados à bioeconomia, que inclui ainda uma ação mais efetiva de combate ao desmatamento ilegal e às queimadas, sobretudo na Amazônia.
Temas a serem discutidos na COP27
Na COP27, os países devem definir aspectos relativos à implementação do Acordo de Paris. Espera-se que as discussões dessa edição toque em pontos como o aquecimento global, para que seja limitado o aumento da temperatura do planeta em 1,5°C. Além disso, o mercado de carbono deve ser outro ponto a ser discutido pois é necessário uma regulamentação na área sobre procedimentos e questões de infraestrutura.
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O tema do financiamento deve mobilizar recursos em cerca de US$ 100 bilhões provenientes de países desenvolvidos para custear projetos. A questão da adaptação deve acompanhar a evolução da agenda climática dos países. Por último, a transparência na definição das regras sobre informações relativas ao cumprimento das Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs), que são as metas definidas pelos países.
Metas do Brasil no Acordo de Paris
O Brasil se comprometeu a reduzir em 37% as emissões de GEE até 2025 e em 50% até 2030 (tendo como base o ano de 2005). Além disso, espera atingir a neutralidade climática até 2050 e zerar o desmatamento ilegal até 2028.