As mudanças climáticas podem prejudicar a infraestrutura brasileira e comprometer o crescimento do país de acordo com a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
Conforme o documento divulgado nessa segunda-feira (18/12), a organização sugere um planejamento para obras públicas, novas políticas urbanas e para um cumprimento mais amplo do Código Florestal.
Prejuízos devido as mudanças climáticas
Com base na pesquisa, foi citado um estudo do Banco Mundial de 2021 na qual alega que a mudança climática custa 1,3% do Produto Interno Bruto (PIB). Sendo assim, ficou estimado um prejuízo de 55% na área de infraestrutura de transporte, 44% o fornecimento de energia e 2% no abastecimento de água.
O relatório destaca ainda uma queda no nível dos reservatórios das hidrelétricas entre os anos de 2013 e 2021, período em que ameaçou o fornecimento de energia no país.
“A infraestrutura pública do Brasil é particularmente vulnerável a choques climáticos em meio a uma rápida, não planejada e descontrolada urbanização […]. Secas frequen tes e aumentos das temperaturas vão criar desafios para fornecimento de energia, particularmente de fontes hidrelétricas”, apontou o relatório.
Já em relações as chuvas, a OCDE destacou que os deslizamentos e as enchentes causam prejuízos às cidades e ao transporte. Portanto, as enchentes compõem 65% dos riscos naturais no Brasil, onde os danos associados a enxurradas e deslizamentos foram responsáveis por 74% das mortes relacionadas a desastres naturais entre 1991 e 2010.
Recomendações para mudar o cenário
O relatório forneceu várias recomendações para que o país enfrente as mudanças climáticas, onde uma delas é a melhoria do planejamento, financiamento e da entrega de empreendimento de infraestrutura para consideraram a resiliência climática, onde para isso, a organização alega que os projetos precisam ter apoio legislativo, orçamentário e claras responsabilizações.
Também foi solicitada revisões das políticas urbanas para evitar novas construções em áreas de riscos e reduzis os impactos ocasionados pelas mudanças climáticas.
“Elaborar diretrizes para apoiar as prefeituras em levantar os riscos climáticos e integrá-los ao planejamento fundiário e fornecer mapas de riscos e acesso a informações climáticas às prefeituras para que executem o levantamento de perigos melhoraria o planejamento urbano”.
Além disso, a organização também pediu o reforço do cumprimento da legislação contra o desmatamento, na qual seja um cumprimento mais rigoroso do Código Florestal, somado a recursos mais adequados para as agências reguladoras, que devem ajudar a reduzir o desmatamento.