O mundo todo passa por uma transição em busca de alternativas sustentáveis para a mobilidade urbana e o Brasil tem muito a contribuir com a economia de baixo carbono, com a exportação da tecnologia veicular do etanol, proveniente da cana-de-açúcar.
Em entrevista à BandNews, o presidente do Conselho de Administração da Copersurcar, Luis Roberto Pogetti, falou sobre as mudanças que a mobilidade urbana está passando em todo o mundo.
De acordo com ele, em relação aos veículos elétricos, é importante “avaliar qual a fonte usada para a geração dessa energia.” E o Brasil sai a frente de outros países quando se fala em matriz energética limpa. 44,7% da energia gerada no país vem de fontes limpas, ou seja, não são fósseis. Em contrapartida, “a média mundial é de 15%”, destacou Pogetti.
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No Brasil, quando comparamos os veículos elétricos com aqueles movidos a etanol, a emissão de carbono é proporcionalmente a mesma, já que a energia gerada por aqui é majoritariamente de fontes renováveis.
Na Europa, por exemplo, a intensidade de carbono emitida por um carro elétrico é, praticamente, o dobro que a do mesmo meio de transporte abastecido no Brasil. Essa diferença ocorre porque a energia produzida naquele continente não é tão limpa quanta a brasileira. Cerca de 77% da matriz energética europeia é produzida a partir de combustíveis fósseis como o petróleo, gás ou carvão.
Etanol é uma solução pronta para economia de baixo carbono

Do ponto de vista de utilização energética e menor emissão de carbono, o etanol é uma solução pronta e disponível. Isso porque a adoção em larga escala de veículos elétricos envolve muitos outros fatores como, por exemplo, a competitividade dos preços dos carros, como, também, a duração da bateria, além da infraestrutura necessária para o abastecimento desses veículos.
O presidente e CEO da União da Indústria da Cana-de-açúcar e Bioenergia (Unica), Evandro Gussi, afirma que para aplicação de uma mobilidade mais sustentável, deve-se levar em consideração aspectos como condições ambientais, sociais e econômicas.
“No Brasil, o etanol é uma rota tecnológica para a descarbonização bastante adequada para as nossas características agroclimáticas e dimensão continental”, acrescenta Gussi.
O etanol, tecnologia brasileira, tem se mostrado uma opção bastante viável para inúmeros países pelo mundo. De acordo com Gucci, o Reino Unido ampliou a mistura de etanol à gasolina de 5% para 10%. A Índia deve antecipar a sua meta para chegar em 2025 com 20% da gasolina composta por Etanol. Além disso, mais de 60 países vem adotando ações parecidas.
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Segundo Luís Pogetti, no cenário atual “o carro elétrico pode não ser aplicável mundialmente”, no entanto, há a opção do veículo híbrido em que utiliza o motor elétrico apoiado pelo etanol, destaca o membro da Copersurcar.