A Embrapa Suínos e Aves desevolveu linhagens de aves de corte e de postura do tipo industrial com alta genética, que foi exportada nesta semana para a Angola, que busca ampliar a sua produção. A situação é um marco histórico para a produção avícola brasileira.
A exportação aconteceu com a empresa West Aves, parceira da Embrapa desde 2022, em contrato de licenciamento para a multiplicação e comercialização das linhagens avícolas desenvolvidas pelo centro de pesquisa.
Exportação de genética de aves de corte e postura
O objetivo da parceria entre as duas instituições é a produção e comercialização da genética brasileira nos principais polos de produção, com maior segurança alimentar e, ampliar o atendimento às regiões Norte e Nordeste. Agora foi feita a ampliação do acesso à genética brasileira para fora do Brasil, em Angola.
“A expectativa do povo angolano é grande com a chegada da nossa genética. Eles querem iniciar com urgência projetos que atendam a necessidade de alimentos seguros, caso das genéticas desenvolvidas pela Embrapa”, explicou Adilson Mognol, presidente da West Aves.
O pesquisador Everton Krabbe, chefe geral da Embrapa Suínos e Aves, acredita que a parceria é relevante para a entrega de um produto nacional ao produtor e ao consumidor mundial.
“É um trabalho de pesquisa de muitos anos que vai chegar ao mercado, de elevado potencial produtivo, qualidade do produto final e, principalmente, com biosseguridade”, enfatizou.
Ave de corte industrial Embrapa 021
A ave de corte industrial Embrapa 021 é um híbrido duplo, de 4 linhas selecionadas para melhor conversão alimentar, maior ganho de peso e rendimento de carcaça. Tem potencial de alcançar, aproximadamente, 2,450 Kg aos 42 dias de idade, com conversão alimentar de 1,800 e rendimento de peito com osso e sem pele de 20,0%.
Ave poedeira industrial Embrapa 031
A Embrapa 031 é uma poedeira ideal para sistemas comerciais intensivos de produção de ovos de casca marrom (castanhos). São galinhas híbridas, produzidas pelo cruzamento de linhas puras das raças Rhode Island Red e Plymouth Rock Branca, que se adaptam-se bem em sistemas de produção de ovos em gaiolas, como também em sistemas livres de gaiolas.
Exportações de genética avícola
O marco para a exportação genética avícola se dá pelo fato dessas linhagens antes serem desenvolvidas por empresas estrangeiras. Agora com a Embrapa, a tecnologia é nacional.
As exportações brasileiras de genética avícola, pintos de 1 dia e ovos férteis, fecharam 2023 com o total de 26,4 mil toneladas embarcadas, número recorde que supera em 69,3% o total exportado no mesmo período do ano passado (15,6 mil toneladas), segundo a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA).
O maior comprador do Brasil é o México (13,5 mil toneladas). Em seguida estão Senegal (3,7 mil toneladas), Paraguai (2,7 mil toneladas), África do Sul (2,3 mil toneladas) e Peru (1,4 mil toneladas).
“O forte desempenho do setor exportador de genética avícola em 2023 é um indicador importante da confiança internacional na biosseguridade da avicultura do Brasil”, destaca Ricardo Santin, presidente da ABPA.
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