Uma pesquisa do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), de 2020, aponta que o Brasil está na liderança com a maior produtividade agropecuária por emissão de gases de efeito estufa (GEE). Os dados foram apresentados na semana passada, no seminário Agricultura, Pecuária, Energia e o Efeito Poupa-Florestas: Um Comparativo Internacional.
Com produção de 148,6 toneladas de produtos pecuários e 2.216,5 toneladas de produtos agrícolas por unidade de emissão de GEE, o resultado é mais produtivo que os maiores concorrentes do setor, como a Alemanha, Argentina, Canadá, China, Estados Unidos, França e Índia.
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Crescimento do setor agropecuário brasileiro
De acordo com o coordenador de Estudos em Sustentabilidade Ambiental do Ipea, José Eustáquio Ribeiro Vieira Filho, o setor agropecuário brasileiro vem se transformando e crescendo exponencialmente desde a década de 1970
“A partir do final da década de 1990 pra cá, esse crescimento se intensificou. E isso porque nós temos uma agricultura baseada em ciência e tecnologia. Um quilo de alimento produzido hoje gera menos emissões do que no passado. Ou seja, o Brasil vem liderando a corrida mundial na produção mais sustentável.”
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Segundo o coordenador, outros setor da economia brasileira podem aumentar a produtividade, com sustentabilidade, ao se inspirar no investimento feito em tecnologia no setor agropecuário.
Entre 1990 e 2019, o Brasil apresentou crescimento de produtividade no setor em torno de 3,1%, sendo considera a maior taxa de aumento, enquanto a média mundial foi de 1,53%, conforme aponta o estudo.
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José Eustáquio ainda avalia que, neste ano, o Brasil pode bater um novo recorde da série história. Em 2020 houve a maior colheita da safra produtiva e, em 2021, a segunda maior.
Desafios
De acordo com o estudo, a desigualdade produtiva é uma dos principais desafios do setor produtivo. “Em 2017, 9% dos estabelecimentos mais ricos respondiam por 85% do valor bruto da produção, enquanto 91% dos estabelecimentos mais pobres respondiam por 15% da produção”, aponta Eustáquio.
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Em comparação com o restante do mundo, a agroinflação no Brasil se mostra mais intensa, pois está pressionada por choques adversos, entre eles está a reabertura da economia pós-pandemia; altos preços do petróleo e da energia; conflito entre Rússia e Ucrânia. Além dos problemas climáticos, como secas e geadas; e escassez de insumos.
- Com informações do Brasil 61