O Brasil vai exportar soro fetal bovino para a China. O governo do país asiático anunciou nesta segunda-feira (8), que habilitará sete frigoríficos nacionais para vender o produto, que é utilizado para o cultivo de células em laboratório.
O componente é fundamental para avanços na pesquisa biomédica e na produção de vacinas e medicamentos, além de ser usado também na preservação de órgãos e criopreservação de embriões bovinos, por exemplo.
Soro fetal bovino é comercializado pelo Brasil
As novas habilitações aconteceram através do trabalho do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e do Ministério das Relações Exteriores (MRE). Três dos estabelecimentos estão em Goiás, dois em São Paulo, um no Mato Grosso do Sul e um em Minas Gerais.
Durante a abertura da Tecnoshow Comigo, feira agropecuária que acontece de 8 a 12 de abril, em Rio Verde, Goiás, o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro comentou sobre a abertura dos novos mercados e mencionou que dentre as sete empresas selecionadas para exportação, quais são as três goianas: River City Biotecnologia, Sorobras biotecnologia e Soroqualy biotecnologia.
Soro fetal bovino
O soro fetal bovino é a fração líquida do sangue coagulado, coletado de bezerros não nascidos (fetos), em um processo que só pode ser feito em instalações licenciadas pelos órgãos federais.
O sangue é coletado por punção cardíaca e refrigerado para estimular a coagulação, depois é centrifugado e o fluido remanescente é o soro fetal bovino, que é filtrado para ter esterilidade, estocado e transportado em condições controladas.
No final dos anos 50, o soro fetal bovino (SFB ou FBS do inglês “fetal bovine serum”) passou a ser utilizado para estimular o crescimento de células. Hoje, além disso, o soro tem componentes que são essenciais também para adesão, proliferação e manutenção das células.
O produto pode conter mais de 4000 metabólitos, sendo uma fonte abundante de todos os elementos adicionais que as células necessitam, ou seja, o crescimento celular no soro fetal bovino é rápido e consistente, além de proteger as células de grandes mudanças de pH, de forças de deformação e da ação de outros agentes.